Um suspeito de agredir o coronel da PM Reynaldo Simões Rossi está preso no 1º Distrito Policial (Sé), região central de São Paulo. Ele foi detido junto com outras 77 pessoas que participaram da manifestação no terminal Terminal Dom Pedro 2º, na noite de ontem.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito continua preso porque foi identificado através de imagens. A polícia civil não divulgou o nome do homem preso.
Os outros 77 detidos foram liberados. Um grupo que estava do lado de fora da delegacia comemorava a cada manifestante libertado. O último detido foi liberado por volta das 5h.
O coronel foi espancado por um grupo de cerca de dez manifestantes adeptos à tática "black bloc" --que pregam o dano a patrimônio como protesto--, durante o ato que terminou em confronto e vandalismo na região central de São Paulo, nesta sexta-feira. O policial foi atingido na parte de trás da cabeça e teve a clavícula quebrada.
Avener Prado/Folhapress | ||
Manifestantes encontram colegas após deixarem o 1ºDP, onde estavam detidos |
A confusão começou por volta das 20h20, quando os manifestantes invadiram o terminal e depredaram 18 caixas eletrônicos, dois ônibus e cinco cabines de venda de bilhete. A polícia respondeu com bombas. Telefones públicos ficaram destruídos e extintores de incêndio foram usados para quebrar vidros e cabines de venda de bilhete.
A agressão ao PM ocorreu na entrada do Terminal Dom Pedro 2º. Em meio ao tumulto, um grupo de mascarados cercou o comandante e passou a agredi-lo com socos e pontapés. Ele foi derrubado, mas conseguiu se levantar. Neste momento, um dos mascarados golpeou o policial na cabeça usando uma chapa de ferro.
O coronel foi socorrido por um policial do serviço reservado da PM, vestido como se fosse um manifestantes, que afastou os agressores com uma arma em punho. Amparado por colegas, ele andou até um carro da PM, que o levou para o Hospital Clínicas. O coronel teve a clavícula quebrada e sofreu cortes no rosto e na cabeça.
A arma do policial foi roubada durante o ato.
Por volta das 21h, o grupo se dispersou por ruas da região, onde foram depredadas ao menos três agências bancárias, sendo elas dos bancos Safra, Santander e Itaú. A PM usava bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Esse é o terceiro ato promovido pelo grupo nesta semana. Os dois primeiros ocorreram nas regiões do Grajaú e do Campo Limpo (zona sul) e pediam melhorias no transporte local.
Na quarta-feira (23), a manifestação terminou em confronto com policiais militares na avenida Atlântica, quando manifestantes quebraram o vidro de um carro que furou o bloqueio do grupo. Já no ato de ontem (24), a SPTrans fechou o Terminal Campo Limpo por mais de uma hora para impedir a entrada dos manifestantes.
O MPL foi o responsável pela onda de protestos ocorrida em junho e que causou a redução do preço da tarifa de ônibus em todo o país. Segundo o movimento, protestos em série ocorrem em outubro desde 2004, ano em que houve a "revolta da catraca", em Florianópolis, quando o MPL surgiu.
Folha de São Paulo
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