O Governo do Paraná confirmou nesta terça-feira (8) que oito policiais militares vão responder por ter entrado em uma casa de uma chácara em Piraquara , na Região Metropolitana de Curitiba , em maio deste ano, sem mandado e por não terem preenchido documentos referentes à abordagem. Na casa morava Edenilson Murillo Rodrigues, 25 anos, que está desaparecido desde então. A mãe do rapaz, Marineuza Rodrigues, acredita em um envolvimento dos policiais no desaparecimento do filho. O governo nega a denúncia e avalia como um mistério o paradeiro de Edenilson.
A operação ocorreu em 21 de maio. Edenilson foi morar na chácara com a esposa a convite de um amigo, que era o caseiro do local.
Durante estes cinco meses, a mãe sofre com a tristeza de não ter informações sobre o filho. “Torço para que ele esteja vivo, mesmo que esteja preso. Mas que esteja vivo. Agora, o difícil é ficar sem saber onde está”, desabafa.
Marineuza Rodrigues diz que um dos rapazes que estavam com o filho dela na noite da abordagem teria visto Edenilson algemado e sendo torturado por policiais. “Diz que viu ele sendo torturado, amarrado e algemado”, conta a mãe. Ela afirma ainda que soube que os policiais teriam utilizado sacola e água para a tortura.
Desde maio, os policiais investigados estão afastados dos trabalhos de rua. Agora, eles executam trabalhos administrativos na Polícia Militar.

Caso Amarildo 
No Rio de Janeiro o envolvimento de policiais militares no desaparecimento de um morador da Rocinha repercutiu em todo o Brasil , após diversas manifestações que pediam o paradeiro do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza.

Amarildo sumiu após ser levado à sede da UPP da Rocinha, onde passou por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo no dia 14 de julho, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltarem à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.

Uma ossada achada em Resende, no Sul Fluminense, passou por uma necrópsia, motivada pelas suspeitas de que poderia ser de Amarildo. O relatório, porém, foi considerado inconclusivo, e a ossada será novamente analisada no Rio de Janeiro. O resultado deve sair entre 10 e 15 dias.
O Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu na noite de terça (1º) o inquérito da Divisão de Homicídios, que indiciou 10 policiais militares da UPP Rocinha, incluindo o major Edson Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha, pelo desaparecimento de Amarildo. Os policiais estão presos.