A revista alemã "Der Spiegel" publicou reportagem destacando as operações militares realizadas para tomar o controle das favelas do Rio de Janeiro antes da Copa do Mundo de 2014, e afirma que muitas vezes grupos dentro das forças de segurança substituem as gangues com suas próprias “regras brutais”.
O caso do pedreiro Amarildo, as operações para a pacificação das favelas e instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e as manifestações contra o governo combatidas com violência são citados na reportagem.
No caso de Amarildo, a revista relata a investigação que levou a identificar 10 policiais como responsáveis pela tortura e morte do pedreiro, que desapareceu em julho. O texto dá alguns detalhes sobre as investigações, e afirma que provavelmente Amarildo foi retirado da favela onde morava no porta-malas de um veículo policial, após ter sido torturado na presença do comandante da UPP local.
A violenta repressão aos recentes protestos na cidade – incluindo de professores – também é destacada como sinal da deterioração da polícia carioca. A revista lembra que especialistas em segurança têm pedido há anos uma reestruturação da polícia local, militar, organizada como nas Forças Armadas – o que faz com que muitos crimes cometidos dentro da força permaneçam sem punição. 
Lins 
A reportagem publicada nesta terça-feira (8) também cita a operação realizada no último domingo (6) para a ocupação e pacificação do Conjunto de Favelas do Lins, na Zona Norte – que durou 50 minutos.
A revista comenta o contexto do local – o complexo de favelas estava anteriormente dominado por gangues de traficantes fortemente armados, caso comum nas mais de 300 favelas do Rio de Janeiro . Os criminosos fugiram depois que a polícia anunciou que seria instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região.
A reportagem fala sobre o funcionamento das UPPs e seu papel dentro da estratégia de segurança do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho. Elas são colocadas como o centro do plano para a recuperação das favelas da mão dos criminosos, e as medidas são descritas tendo o objetivo de melhorar a segurança na cidade para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A "Der Spiegel" explica, que desde a instalação das UPPs, os assassinatos caíram nas favelas pacificadas, e a situação geral dos moradores melhorou, com impulsos no comércio e a utilização das áreas como atrações turísticas.
Ao mesmo tempo, a revista questiona até quando a paz irá durar – e cita a reputação ruim dos policiais do Rio de Janeiro entre os moradores das favelas.