Delator chega à PF com áudios de suposto esquema no Esporte
Diogo Alcântara, Portal Terra
Hoje às 12h11 - Atualizada hoje às 12h24
Após ter prometido um "nocaute" com novas provas que denunciariam um esquema de corrupção no Ministério Público, o policial militar e principal delator do caso, João Dias Ferreira, chegou na manhã desta segunda-feira à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, com 13 arquivos de áudio que comprovariam as acusações. Entre eles estaria a gravação de um reunião da qual teria participado quatro secretários da pasta. "As provas estão se materializando", disse ele ao chegar ao prédio.
Além dos áudios, Ferreira afirma ter trazido cópias de documentos que teriam sido forjados na época da operação Shaolin, na qual ele mesmo responde inquérito. No entanto, nenhuma das provas apontaria para uma possível participação direta do ministro Orlando Silva no suposto esquema. A ação policial Ele lideraria um grupo que desviou cerca de R$ 3 milhões de verbas da pasta por meio de entidades sociais conveniadas com o Programa Segundo Tempo.
João Dias Ferreira diz ter cópias de documentos supostamente forjados durante operação
As acusações contra Orlando Silva
Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.
João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.
O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.
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