Dilma não vai tolerar abuso em ações da Polícia Federal.
Presidenta promete firmeza no combate à corrupção, mas enfatiza que dignidade de suspeitos precisa ser respeitada
Brasília - Em uma crítica velada à ação da Polícia Federal que prendeu e algemou investigados em desvios de verbas no Ministério do Turismo, na semana passada, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que seu governo não vai tolerar “abusos contra a dignidade de qualquer cidadão que venha a ser investigado”. Os recados, endereçados tanto a membros do Ministério Público do Amapá como a agentes da PF, foram dados por Dilma durante a posse do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que foi reconduzido ao cargo ontem.
A presidenta enfatizou que se empenhará para fazer respeitar a dignidade humana e a presunção de inocência de acusados de cometer irregularidades. Dilma não gostou de ver os detidos algemados quando embarcavam para Macapá. Ela também ficou profundamente irritada com o vazamento de fotos dos detidos, sem camisa.
“Onde ocorrerem mal feitos, onde o crime organizado atuar, nós iremos combater com firmeza, utilizando todos os instrumentos de investigação e punição, contando com a atuação isenta do Ministério Público, com a eficiência da polícia e com o poder de decisão do Judiciário. Mas, ao mesmo tempo, tenho o dever de afirmar que farei tudo que estiver ao meu alcance para coibir abusos”.
Gurgel afirmou que as denúncias de corrupção que atingem os ministérios do Turismo e da Agricultura serão tratadas com prioridade.
Pastor não consegue juntar dinheiro para pagar fiança
Um dos 36 detidos na Operação Voucher da PF contra desvios no Turismo, o pastor e dono da Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur) Wladimir Furtado esteve ontem à tarde na sede da Justiça Federal em Macapá (AP) e informou que não conseguiu o dinheiro para pagar a fiança de R$ 109 mil. Mesmo com ajuda de amigos, parentes e fiéis, o pastor disse ter obtido só R$ 16,2mil.
Todos os detidos foram libertados. Furtado saiu da prisão no sábado, mediante pagamento de fiança com cheque que não tinha fundos. Ele tinha prazo até ontem para obter o dinheiro. Por isso, chegou a fazer um apelo, em rádios e em uma TV local. “Eu queria pedir ajuda a quem puder ajudar, que deposite. A gente vai devolver assim que dispuser do nosso patrimônio”, afirmou em um programa de TV. O juiz Mauro Henrique Vieira decidirá, agora, se o pastor voltará à cadeia.
Simon lança frente contra a corrupção
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lançou ontem uma frente parlamentar contra a corrupção e impunidade, de apoio à faxina da presidenta Dilma Rousseff. Apesar de a frente receber a adesão de senadores de vários partidos, as ameaças de demissões que rondam os ministérios envolvidos em denúncias de fraude já começam a produzir estragos à base aliada . O PR deve anunciar hoje a saída do governo.
Fonte: O Dia http://odia.terra.com.br/portal/brasil/html/2011/8/dilma_nao_vai_tolerar_abuso_em_acoes_da_policia_federal_185112.html
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