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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Mortes de bandidos em confrontos com polícia colocam comissão da OAB em alerta.

Mortes de bandidos em confrontos com polícia colocam comissão da OAB em alerta em Santa Catarina

Elaine Stepanski 
FLORIANÓPOLIS
Um novo confronto entre policiais e bandidos, na última quinta-feira (4) resultou na morte de dois criminosos, desta vez, no município de Itajaí. Com este novo caso, chega a nove o número de bandidos mortos em confrontos com policiais em apenas cinco dias no Estado.

Zé Rogério/RICTV
O último confronto ocorreu na manhã de quinta-feira, em Itajaí

No embate em Itajaí, a Polícia Militar se deslocou até a rua Albino Gugelmin, no bairro São João, após receber denúncias de que criminosos estariam planejando a execução de um agente prisional. Ao chegar ao local, de acordo com informações repassada pela tenente Marcela Maciel do 1º Batalhão da PM de Itajaí, os bandidos recepcionaram a guarnição com tiros.
A troca de tiros resultou na morte de Wiliam Tayson Nunes, 27 e Valdivino Rodrigues. Wiliam respondia por dois tráficos, roubo, assalto, uma receptação, porte de arma e associação criminosa. “Não temos informações detalhadas sobre a ficha do segundo criminoso morto, mas ele tinha passagens na polícia também”, garante a coronel.
Na terça-feira (2) dois bandidos também morreram, após um policial rodoviário federal reagir a uma tentativa de assalto, às margens da SC-401 no bairro João Paulo.
Já o primeiro confronto ocorreu no último domingo, quando cinco bandidos foram mortos por agentes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, em tentativa de assalto a um banco em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis.
O alto índice de mortes resultantes de confronto nesta semana colocou em alerta a Comissão de Segurança, Criminalidade e Violência Pública da OAB-SC (Organização dos Advogados do Brasil).
De acordo com o advogado e especialista em criminologia, Sandro Sell, a organização está acompanhando cada caso e pedindo informações para analisar a situação. “Indicadores da ONU (Organização das Nações Unidas) dizem que quando o número de mortos é superior ao de feridos há excesso no uso da força. Estes números começam a nos preocupar, mas analisaremos cada caso e veremos se as ações foram justificáveis. Esperamos as informações para agir junto com o MP (Ministério Público) e dar os encaminhamentos, caso seja necessário”, afirma Sell.
O comando geral da Polícia Militar de Santa Catarina garante que não compartilha da ideia de usar de arma letal, só em casos extremos, mas o crescente aumento no número de mortes em confrontos é explicado pela reação dos bandidos, que segundo o órgão fugiu a normalidade.
“Audácia de marginais, tem levado polícia a atirar”, afirma capitão da PM, em Criciúma
Agir em legítima defesa. Amparados por esta lei, policiais precisaram agir com o uso da força extrema nos últimos dias, em diversos ações nos  municípios catarinenses, resultando na morte de nove bandidos em apenas cinco dias. A ação, questionada por alguns, é defendida pelo capitão do 9º Batalhão da PM, em Criciúma, Eduardo Moreno. “Nenhum policial quer usar da força extrema, mas a audácia dos marginais tem levado a essa atitude. O policial só atira quando há necessidade extrema, em legítima defesa, ou seja, quando tem risco de morte para ele, ou para terceiros”, explica o capitão.
De acordo com Moreno, os casos de atirar são raríssimos, mas ocorrem diretamente na região do peito porque o poder de parada neste local é maior. “A ideia não é ser letal, mas o policial é treinado para atirar nessa região, e não na cabeça, braços e pés. A área de abrangência do peito é maior e o tiro é mais certeiro, então em casos extremos, ele não pode errar, é para se defender. E, se ele atira em outros locais corre o risco do bandido poder revidar”, explica.


Publicado em 05/09/14-07:31.

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