Informação policial e Bombeiro Militar

sábado, 27 de setembro de 2014

Crime expõe corrupção policial

Minas Gerais

Dois policiais suspeitos de matar colega são investigados por receberem propina de traficantes locais


SUSPEITO11


PUBLICADO EM 27/09/14 - 03h00

A morte de um investigador da Polícia Civil revelou um esquema de corrupção e de recebimento de propina dentro da corporação em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os investigadores da 8ª Delegacia Especializada de Homicídios da cidade Lucas Menezes Meireles e Luno Eustáquio Costa Campos foram desmascarados por alguns colegas durante operação na noite dessa quarta contra o tráfico de drogas na cidade. Na tentativa de fuga, eles atiraram contra os outros policiais e um deles acabou morto. Clenir Freitas da Silva, 45, foi enterrado na tarde desta sexta e recebeu homenagem de dezenas de agentes, amigos e familiares. 
Um dos investigadores que estava junto com Silva durante a operação, mas que pediu anonimato, contou que todos eles já se conheciam. Segundo ele, mesmo sendo de delegacias diferentes, havia um contato entre os suspeitos e a sua equipe. “O Clenir jogava bola quase todos os fins de semana com eles. Não dá para dizer que eles não nos reconheceram”, conta.
Ainda de acordo com o policial, Lucas Meireles tinha uma vida com um padrão alto, andava em carro de luxo e tinha moto também de um valor elevado. Segundo a testemunha, seus bens não condiziam com seu salário – cerca de R$ 4.000. Ainda segundo o agente, o suspeito teria comprado há pouco tempo um apartamento, à vista.
Confronto. A equipe da 1ª delegacia investigava traficantes que atuavam no bairro Capelinha – mesma área de atuação de Meireles e Campos. Por meio de escutas telefônicas, os investigadores descobriram a chegada de um carregamento de drogas na região.
No mesmo horário e local, os policiais suspeitos de irregularidades teriam marcado para receber parte de propina prometida pelos traficantes. Segundo fontes da polícia, eles receberiam R$ 40 mil para “abafar” a investigação de um homicídio no bairro. A primeira parcela – R$ 20 mil – foi paga há três semanas, e, nessa quarta, seria feito o acerto do restante.
Quando chegaram ao local, três investigadores e um delegado foram surpreendidos pela dupla de policiais, que estavam em um Fiat Stilo amarelo, de propriedade da Polícia Civil – o carro é descaracterizado para ser usado em investigações. Meireles e Campos teriam disparados cerca de 17 tiros contra os colegas, mas apenas um atingiu Silva no peito.
Para o investigador que escapou dos tiros, o que mais choca é que eles eram colegas. “Eles atiraram sabendo exatamente o que estava acontecendo. Lucas abriu o vidro e não chegou a dizer nada antes de atirar. Eles poderiam ter apenas fugido”, conta, ainda muito abalado. 
Novos
Experiência. Os dois suspeitos eram novos na delegacia. Meireles estava na homicídios há cinco anos, e Campos, há quatro. O primeiro mora em Contagem e o segundo é de Betim.
Corregedoria
Investigação
. Os dois policiais foram autuados em flagrante pela Corregedoria. Eles vão responder por homicídio e tentativa de homicídio e estão detidos na Casa de Custódia do Policial Civil, no bairro Horto, na região Leste da capital.

Corrupção. O dinheiro da propina, que seria entregue aos suspeitos, foi apreendido. Além do homicídio, a Corregedoria também irá apurar a ligação dos policiais com bandidos.

Delegado. Procurado pela reportagem de O TEMPO, o delegado-chefe da Delegacia de Homicídios de Betim preferiu não se pronunciar. Um colega dos suspeitos afirmou que não acredita na ligação deles com bandidos.

Fonte: O Tempo 

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