Uma grande investigação do Ministério Público fez um raio-x da organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas. Monitoramentos de líderes do grupo, detidos na penitenciária de Presidente Venceslau, revelam que a quadrilha atua em 22 estados, no Paraguai e na Bolívia e movimenta R$ 8 milhões por mês com tráfico de drogas e armas.
O governador de São Paulo , que teria sido ameaçado de morte, anunciou uma força-tarefa para combater o crime organizado e prometeu instalar bloqueadores de celulares em 23 penitenciárias. “Ameaça ao governador é pura bazófia”, afirma o coronel José Vicente, professor do Centro de Estudos de Segurança da PM-SP.
Segundo ele, a facção é muito mais uma cooperativa de criminosos afiliados por conveniência do que um comando centralizado, mas destaca que não se pode subestimar a organização. Vicente ressalta ainda que é preciso uma maior cooperação entre os agentes de segurança pública. “Nossos serviços de inteligência são precários”, avalia.
Para o procurador de Justiça Criminal de São Paulo Márcio Christino, o perfil da organização criminosa mudou completamente em dez anos. “Ela se consolida de uma maneira muito mais estruturada e com uma sofisticação tecnológica muito maior, se aperfeiçoou, assimilou os revezes e se transformou em uma organização bem mais sofisticada e ativa”, diz.