O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), anunciou, nesta sexta-feira (11), um projeto de lei de autoria do Poder Executivo que irá transformar os cargos comissionados em funções gratificadas. O anúncio foi feito durante solenidade na sede provisória do governo, em Olinda, Grande Recife, e contou com a presença de vários secretários estaduais, além de parlamentares da base aliada.
Ao todo, 969 cargos comissionados de funções de direção e assessoramento passarão a ser ocupados por servidores com algum tipo de vínculo público, não sendo, necessariamente, um funcionário estadual. A medida irá reduzir o gasto público anual em R$ 25 milhões.
"Eles (os cargos) não terão mais, na sua composição, um pedaço chamado vencimento. Só tem gratificação, e não tem mais a participação do Estado como contribuição patronal previdenciária", explicou o secretário de Administração, Décio Padilha.
Atualmente, o governo de Pernambuco possui 3.536 cargos comissionados. O comprometimento do total da folha de pagamento com essas funções é de 1,5%, mas Padilha prometeu fechar 2013 com 1,1% e 2014, com 0,9%.
Perguntado porque não tomou essa decisão antes, o governador explicou que não havia pessoal capacitado dentro dos quadros do seviço público estadual. "Nós fizemos concursos públicos para diversas áreas, de gestão, de finanças, essas pessoas foram chegando, foram treinando, se qualificando, e a partir daí a gente tem a condição de ir buscar, dentro do serviço público, quadros recém-chegados para aquelas especialidades que não tinham gente", disse Campos. Esses cargos poderão ser ocupados por meio de uma seleção pública para gestão ou através de um comitê de buscas.
O projeto de lei foi enviado em regime de urgência para a Assembleia Legislativa de Pernambuco ainda na tarde desta sexta. A previsão é que ele seja aprovado em, no máximo, dez dias.
Política 
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, afirmou que ainda não conversou com o ex-presidente Lula. O petista teve uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e outros quadros petistas, na quinta-feira (10), e teria orientado o PT a tomar uma postura de isolar os socialistas nos estados. “Não vi nada aspeado”, desconversou Campos, referindo-se ao fato de Lula não ter dado qualquer declaração a respeito do assunto.
O governador usou o mesmo tom para falar sobre as declarações do líder do DEM na Câmara Federal, Ronaldo Caiado (GO), que o chamou de “fraco” e "covarde". “Esse é um assunto completamente passado e ultrapassado, não vou alimentar esse debate de forma nenhuma”, desconversou.
Após a solenidade onde anunciou a transformação de cargos comissionados em funções gratificadas, Campos partiu para uma reunião com o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), possível candidato à sucessão em Pernambuco. Como PSB deve mesmo lançar candidatura própria, especula-se que o petebista possa acabar se aliando ao PT. Na segunda (14), o governador janta com a ex-ministra Marina Silva, que irá ao Recife participar de um evento.