Desaparecidos há quase três semanas e na condição de foragidos da Justiça, dois policiais militares (PMs) são procurados no Rio Grande do Sul por suspeita de matar e torturar um homem em janeiro de 2013 no Bairro Bom Jesus, em Porto Alegre . A dupla teve a prisão preventiva decretada no dia 19 de fevereiro, de acordo com a Brigada Militar.
Uma investigação do Ministério Público Estadual apontou que os policiais, no dia 27 de janeiro do ano passado, estariam atuando, ilegalmente, em uma empresa de vigilância privada. Na ocasião, de acordo com o MP, eles mataram um homem de 25 anos, que supostamente foi flagrado furtando cabos na região do bairro Bom Jesus, Zona Leste de Porto Alegre.
As apurações indicam que os PMs agrediram o homem e o jogaram em uma fogueira. A vítima teve queimaduras graves e perdeu a vida após ser levado a um hospital da capital. De acordo com a investigação, outro homem ainda teria sido espancado por eles.
Um dos policiais conseguiu uma licença médica alguns dias antes da prisão ser decretada no mês passado.  Procurado peloG1 , o comandante interino do 19º Batalhão de Policiamento Militar, onde os PMs atuavam, Major Marcelo Pinto Specht, relatou que um médico da corporação vistoriou o atestado. “Ele provavelmente procurou um hospital, mas a licença passou pela análise de um médico da BM. Mas não saberia dizer quais foram os motivos”, afirmou.
Spetch ressaltou que por ser interino na função desconhece o histórico da dupla. “Já tentamos contatos telefônicos com eles, mas não obtivemos resposta. Fomos até a casa deles e também não conseguimos informações”, garantiu.
De acordo com o oficial, apesar das acusações, a corporação ainda não definiu se eles irão ser expulsos da BM ou mesmo responder a um Inquérito Policial Militar (IPM) . “Se o crime realmente ocorreu, foi fora de serviço. Por isso, não são investigados na esfera militar, mas sim na cível. O caso precisa ser analisado. Em tese, se for comprovado que eles trabalhavam para uma empresa, terão que responder um IPM."