Polícia pede 'socorro' contra violência em postos de combustíveis
Em reunião com frentistas e donos de postos, polícias Civil e Militar dizem que não resolvem o problema sozinhas
18/02/2014 - 23:10
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Reunião com frentistas e donos de postos ocorreu no Palácio Rio Branco (Foto: J.F.Pimenta / CCS)
“Gente, não adianta achar que a polícia vai resolver o problema de vocês, porque isso é mentira. Vai, coisa nenhuma”. A afirmação, que é do diretor do Deinter 3 (Departamento de Polícia do Interior), João Osinski Júnior, ocorreu nesta terça-feira (18), em reunião com frentistas e donos de postos de combustíveis, na Prefeitura de Ribeirão Preto.
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A categoria se mobilizou pelo encontro para cobrar mais segurança, por causa da onda de assaltos que vem fazendo até frentistas desistirem da profissão.
No encontro, o representante da Polícia Civil e o responsável pelo Comando de Policiamento do Interior (CPI 3), o coronel da Polícia Militar José Roberto Malaspina, adotaram o mesmo discurso: a polícia sozinha não consegue resolver o problema de violência na cidade.
Osinski defendeu que é preciso que todos os membros da sociedade, assim como as polícias, trabalhem em cooperação mútua. Ele disse que, no caso dos postos, por exemplo, muitas vezes o frentista tem medo até de reconhecer o bandido. “Eu preciso de um negócio chamado ‘informação’. Nós temos que confiar uns nos outros. Porque se eu não tiver informação, eu não consigo descobrir quem foi que praticou o crime”.
O diretor, que lembrou que os bandidos estão usando armamento de guerra, disse que o crime organizado se aproveita das informações. “O bandido que foi no posto sabia onde estava o cofre. Ele tinha a informação”, disse Osinski, lembrando o roubo desta segunda-feira (17), quando uma quadrilha foi direto ao cofre escondido no local onde se fazia a troca de óleo.
Polícia Militar
Já o coronel da PM acredita que a sociedade colhe o que plantou há anos. Para ele, as leis brasileiras não deixam os criminosos fora das ruas. Malaspina citou as prisões feitas há 30 anos, dizendo que antigamente era difícil fazer flagrante de pessoas com antecedentes criminais. “Hoje, a cada dez abordagens, nove ou oito registram antecedentes”.
Postos falam em prejuízo de pelo menos R$ 300 mil
Os postos de combustíveis de Ribeirão Preto têm, ao menos, quatro assaltos à mão armada todos os dias, de acordo com o presidente regional do Sincopetro (Sindicato Comércio Varejista de Derivados de Petróleo), Oswaldo Manaia.
Nestes roubos, em que normalmente o bandido chega de moto em ações rápidas, é levado apenas o dinheiro que está com os frentistas, média de R$ 200.
Ação perigosa
Segundo o coronel José Roberto Malaspina, este é o tipo mais perigoso de assalto. O comandante regional da Polícia Militar (PM), relaciona este tipo de ação a usuários de drogas.
“O que gera maior risco são esses, que na maioria das vezes têm envolvimento com drogas e que estão nervosos no momento do assalto”.
Os outros bandidos que agem em postos, Malaspina classifica como especializados, responsáveis por ações com explosões e violação de cofre. Em Ribeirão Preto já houve 11 casos de explosão de cofres, que resultou em prejuízo de, pelo menos, R$ 306 mil.
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