Polícia do AP indicia 8 suspeitos de ameaça a militares pelo facebook
Ameaças iniciaram um dia após o assassinato de um policial no dia 12. Jovens foram indiciados por apologia ao crime.
Por Dyepeson Martins
Do G1 AP
A Polícia Civil autuou nesta quarta-feira (19) oito pessoas suspeitas de ameaça a policiais militares através da rede social facebook. Todos foram indiciados por apologia ao crime. As ameaças iniciaram após um jovem conhecido como 'Macaco', de 22 anos,morrer durante troca de tiros com um sargento da Polícia Militar no dia 12 de fevereiro , durante uma tentativa de assalto a uma lanchonete no Centro de Macapá. O oficial também morreu no episódio ao ser atingido por um tiro nas costas.
Um dos suspeitos autuados nesta quarta-feira é Jackson Lima Junior, de 18 anos. Ele confessou a ameaça a policiais e disse tê-la feito "porque sentiu vontade". Jackson comentou uma foto em que "Macaco” aparece morto e ensanguentado. Ele disse nunca ter tido uma relação de amizade com o jovem morto. “Ele era apenas um conhecido”, afirmou.
Um dia antes do assassinato do sargento, durante a troca de tiros, um homem conhecido como “Sales” publicou em seu perfil no facebook que os policiais militares “irão para a bala”. Ele escreveu: “É, mas deixa esses vagabundos rirem agora, mais tarde quem estará rindo à toa sou eu. Esses vagabundo vão para a bala. Mais tarde Macapá vai ficar de cabeça para baixo” (sic). Salles está entre os indiciados e será ouvido ainda nesta quarta-feira, informou a polícia.
Homem anunciou que policiais seriam baleados um dia antes do crime (Foto: Divulgação/Facebook) (Foto: Dyepeson Martins/G1)
Também foi indiciada uma garota de 19 anos, autora da publicação que gerou os comentários. Ela publicou: “Olha aí meu camarada. Infelizmente eu tenho que mostrar essa foto. Vai na fé 'mano', Deus te ilumine Macaco”. Nos comentários, a jovem escreveu para um suposto sargento da PM que prometeu prendê-la: “Olha essa parada. ‘Zé galinha’, qual é a desse bicho para o nosso lado já?. Para com essa mancada”.
Garota de 19 anos foi a responsável pela publicação que gerou os comentários, diz PM (Foto: Dyepeson Martins/G1)
Na mesma publicação, um homem conhecido com ‘Yure’ sugeriu que os criminosos da cidade tomassem uma atitude para combater a segurança pública. “É nós mesmos mano, se não tomarmos uma atitude vai ser normal a gente ver nossos irmãozinhos atropelados nas esquinas, tem que mostrar para esses ‘pelasacos’ que quem manda nas ruas é o crime mesmo”. O homem é detento no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), segundo o delegado titular do Núcleo de Operações e Inteligência (NOI), Leandro Totino.
“Ele já estava preso e agora vai ser indiciado por um novo crime. Todas as outras postagens estavam sendo monitoradas desde o início. (...) Eles [suspeitos] agora responderão pelos devidos crimes que podem chegar a até um ano de reclusão”, disse o delegado.
Ameaças
Um oficial da Polícia Militar, que pediu para ter a identidade preservada, contou em entrevista ao G1 que o assassinato do sargento Luiz Vieira, de 37 anos, está ligado a execuções anunciadas pelos presos do Iapen. Duas horas antes das mortes do sargento e do "Macaco", o Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciodes) havia registrado a morte de um homem após troca de tiros com a polícia na 22ª Av. do bairro Congós, Zona Sul de Macapá.
Um oficial da Polícia Militar, que pediu para ter a identidade preservada, contou em entrevista ao G1 que o assassinato do sargento Luiz Vieira, de 37 anos, está ligado a execuções anunciadas pelos presos do Iapen. Duas horas antes das mortes do sargento e do "Macaco", o Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciodes) havia registrado a morte de um homem após troca de tiros com a polícia na 22ª Av. do bairro Congós, Zona Sul de Macapá.
O comandante Geral da Polícia Militar do Amapá, Aclemildo Barbosa, garantiu que “não existem comandos de assaltos ou crimes vindos de dentro do Iapen”, e que "as ameaças fazem parte do exercício da profissão de um PM".
Segundo o diretor-presidente do Iapen, Nixon Kennedy, investigações do setor de inteligência da penitenciária constataram que criminosos fora do presídio utilizam nomes de internos para criar um perfil falso nas redes sociais. "Pessoas que comentem crimes e estão em liberdade utilizam perfis de outros criminosos presos para praticar o delito".
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