Falta de habilitação para viaturas é um dos motivos da Operação Padrão
“O governo estava em um divórcio com a segurança pública e agora estamos tentando fazer uma conciliação", disse Coronel Ivon Berto
No final da tarde desta sexta-feira (20), as entidades militares se reuniram no auditório do Quartel da Polícia Militar, no Centro de Maceió, e decidiram pela continuação da Operação Padrão até que o Governo do Estado atenda as reivindicações da categoria. Uma reunião entre os dois lados está agendada para a próxima quinta-feira (26).
O coronel da Polícia Militar Ivon Berto declarou que a categoria está enfrentando um impasse. “A Operação Padrão está dentro da legalidade. As viaturas não estão nas ruas porque a maioria dos policiais militares que as dirigem não possuem a habilitação específica para dirigir viaturas”, explicou.
De acordo com Ivon, isso seria culpa do governo e a situação das viaturas é um dos motivos da operação. Segundo o coronel, existe um processo tramitando no Detran/AL desde 2010 que dá direito ao policial militar dirigir a viatura dentro da legalidade. “Um dos caminhos para a volta das viaturas às ruas seria a resolução desse processo”, disse Ivon.
O coronel informou que cerca de 80% dos PMs que dirigem as viaturas não possui a habilitação específica. “Se algum policial sofrer um acidente, bater a viatura, sem a habilitação ele não estará coberto pela lei”, relatou, Ivon Berto.
“O segundo caminho para a resolução seria um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Através dele, o governo teria um prazo para resolver a situação e com o TAC em vigor, os policiais poderiam dirigir as viaturas amparados pela lei. O que não podemos concordar é que a maioria dos motoristas não tenha a habilitação”, declarou o coronel Ivon.
O cabo Wagner Simas disse na reunião que “as viaturas não estão nas ruas, mas os policiais estão nos seus postos fazendo o policiamento a pé”. Para Ivon Berto, a Operação Padrão é um documento onde eles estão cobrando o cumprimento da lei.
Ivon Berto repassou que o que foi discutido em protesto na tarde de quinta-feira (19) na Assembleia Legislativa foi a dignidade do funcionário de segurança pública de Alagoas. “A questão das viaturas é apenas uma no meio de 20 itens”, disse.
Correção de irregularidades
A Operação Padrão, para os militares, é um trabalho para corrigir as irregularidades existentes. “O objetivo é mostrar à sociedade que existem falhas gritantes na segurança pública. As lideranças do movimento estão mais fortes após o posicionamento contra o governo. O processo que está acontecendo hoje é histórico”, afirmou Ivon Berto.
O coronel terminou sua fala dizendo que “o governo estava em um divórcio com a segurança pública e agora estamos tentando fazer uma conciliação. Esse casamento é importante para a sociedade”.
Saída de Dário César
Wagner Simas relatou que os pedidos pela saída do secretário de Estado de Defesa Social, Dário César, “têm a ver com o momento político de como a segurança pública está sendo tratada. O clamor é da sociedade. Se houver mudança do secretário ela é bem-vinda para a sociedade e para a segurança pública”.
Boatos de arrastões
Sobre os boatos de arrastões, de acordo com os militares presentes, nenhuma ocorrência foi confirmada. No mesmo período do ano passado, os mesmos rumores aconteceram. Os PMs acreditam que os boatos foram colocados nas redes sociais para causar pânico à população.
Reunião de quinta-feira (26)
De acordo com o presidente da Assomal, o major Wellington Fragoso, a reunião com o governo acontecerá na quinta para resolver o impasse. A operação padrão está mantida até que os pontos cobrados do Governo Estadual sejam resolvidos até a próxima reunião.
“Espero que o acordo firmado seja cumprido e que dia 26 os servidores da segurança pública de Alagoas tenham um ano novo realmente digno”, encerrou.
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