Após cerca de oito horas de reunião entre representantes dos militares e o secretário de Estado da Gestão Pública (Segesp), Alexandre Lages, ainda são indefinidos os rumos da mobilização da categoria, desencadeada na quarta-feira (18). De acordo com a assessoria da Segesp, um acordo foi firmado na reunião desta tarde e a comissão se encaminhou ao Palácio República dos Palmares, no Centro, para apresentar o acordo ao restante da tropa. Uma votação vai definir se os militares aceitam a proposta do governo e encerram a Operação Padrão.

Durante toda a tarde, militares aguardaram do lado de fora do Palácio do Governo gritando palavras de ordem. O major Burity, do Corpo de Bombeiros, adiantou que o reajuste oferecido já é o que a categoria teria direito por lei. Antes de a tropa votar se aceita o acordo, deve haver uma outra reunião, dessa vez entre o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e os militares.

Pela manhã, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) convocou uma coletiva de imprensa para anunciar investimentos na Segurança Pública . Mas acategoria queria mesmo a equiparação salarial ao da Polícia Civil e o ajuste no Plano de Cargos, Carreira e Salários dos praças e oficiais.

Investimentos 
Foi anunciado um aumento no custeio com militares para o próximo ano. O valor, que era de R$ 1,4 milhão/mês, passará para R$ 3,9 milhões/mês. Este recurso, de acordo com Vilela, acarretará em um remanejamento da receita prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício 2014. 

Entre as medidas, estão a liberação de valores em dinheiro para a alimentação (os militares poderão comer onde quiserem quando estiverem de serviço, não mais contarão com alimentação cedida pelo Estado), depósito em conta para a aquisição de fardamentos (até o limite de duas fardas por ano), renovação de 164 viaturas, compra imediata de 1,3 mil coletes à prova de balas, mil novas pistolas, 34 veículos tipo caminhonete com tração 4x4, além de reformas nos quartéis da PM e do Corpo de Bombeiros, construção de novos quartéis da PM, entre outros investimentos.

Estes investimentos somam cerca de R$ 160 milhões que serão destinados à categoria. De acordo com a assessoria de comunicação do Estado, esse valor será remanejado dentro da receita prevista para o Estado em 2014. O governador informou que todas essas medidas devem vigorar já a partir de janeiro.

"O valor não vai implicar na receita, mas é exigido que se faça um remanejamento na planilha de gastos. Pra isso, eu precisei fazer cortes em outras áreas. Os R$ 160 milhões me custaram um sonho, que era construir a estrada de Penedo até Piranhas, a chamada Rota do Imperador. Eu abri mão disso para atender à demanda dos militares", explicou o governador.