quinta-feira, 11 de outubro de 2012
PM divulga informativo de alertas aos policiais militares pedindo para eles para não reagirem a assaltos quando estiverem sozinhos, o informativo diz ainda que o policial é “um alvo em potencial, mesmo de folga” e, por isso, precisa tomar medidas de segurança. Também pede para quem sofrer qualquer tipo de ameaça avisar o comando ou a corregedoria para “salvar a sua vida!”.
PM manda 'tropa de choque' para cidades alvo de ataques com mortes
Operação Saturação quer inibir crimes na Grande SP e Baixada Santista. Moradores de Taboão da Serra ouvidos pelo G1 relatam toque de recolher.
11/10/2012
Por Kleber Tomaz
Do G1 SP
A Polícia Militar decidiu enviar seus policiais de tropas especiais para cidades do estado de São Paulo onde ocorreram ataques, execuções e mortes desde 3 de outubro. A corporação também publicou um informativo com alerta de segurança para os policiais. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e a Corregedoria da PM apuram se há um conflito armado entre criminosos e policiais militares em cidades do estado.
De acordo com a PM, 5 mil policiais militares iniciaram na quarta-feira (10) a Operação Saturação na Zona Sul da capital paulista, em Guarulhos, em Taboão da Serra e em Embu das Artes, ambas na Grande São Paulo, e em municípios da Baixada Santista .
As Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), grupo de elite da PM, canil, Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam), batalhões e policiais do setor administrativo realizarão bloqueios e abordagens para combater a criminalidade nessas regiões onde ocorreram assassinatos em série.
A operação, que será por tempo indeterminado, visa enviar policiais para atuarem diariamente nos locais das 15h às 23h. Combater o tráfico de drogas é uma das metas da PM. Quatorze helicópteros serão utilizados no estado.
PM envia alerta a policiais
Um informativo interno da PM que circula entre os policiais militares pede a eles para não reagirem a assaltos quando estiverem sozinhos. Numa folha de papel, com os logos do Governo de São Paulo e o escudo da PM, o boletim "O Patrulheiro" também informa que o policial é “um alvo em potencial, mesmo de folga” e, por isso, precisa tomar medidas de segurança.
Também pede para quem sofrer qualquer tipo de ameaça avisar o comando ou a corregedoria para “salvar a sua vida!”. A PM foi procurada para comentar o assunto, mas, até a publicação desta reportagem, a corporação não havia enviado resposta.
Toque de recolher
Apesar da presença da PM, moradores relataram ao G1 toque de recolher em Taboão da Serra desde a noite de terça-feira (9). Segundo uma assistente comercial, um vidraceiro, uma cozinha e uma merendeira, ouvidos nesta quinta-feira (11), criminosos de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas ordenaram ônibus, escolas, creches, faculdades e comerciantes a não trabalharem após as 22h. Questionados, policiais militares informaram desconhecer qualquer toque de recolher na região.
“Mesmo com a PM, algumas farmácias e loterias continuavam fechadas nesta quinta e não abriram”, disse a assistente, que trabalha na região. “Está todo mundo com medo de sair de casa ou trabalhar por aqui. Afinal de contas, as mortes ocorreram nas ruas aqui de cima de onde moro. É bandido matando PM e PM matando bandido para se vingar. O problema é que tem PM matando gente inocente só porque é pobre e mora em favela, perto de boca de fumo”, comentou uma merendeira, que mora há 20 anos na cidade. “Não quero sair daqui, mas quero segurança para andar nas ruas”.
Na noite de segunda-feira (8), um soldado da PM foi morto a tiros por criminosos em um posto de combustíveis em Taboão, onde ele fazia bico de segurança durante suas folgas. Na mesma noite, dois policiais militares mataram dois suspeitos de roubo em Embu das Artes. Na madrugada de terça, outras cinco pessoas foram assassinadas por homens que estavam dentro de carros e passaram atirando em que estava nas ruas.
Algumas das vítimas tinham passagem na polícia por crimes cometidos em Taboão. A Polícia Civil investiga se essas mortes foram praticadas por policiais militares que integrariam um suposto grupo de extermínio para vingar a morte do colega.
Testemunhas relataram à investigação que cartas de uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulista ordenam a morte de PMs. Para reagir aos ataques, milícias de policiais estariam passando a atacar bandidos suspeitos pelos assassinatos em regiões conhecidas pelo tráfico de drogas. Na madrugada desta quinta-feira (11), um pessoa foi morta e outra ficou ferida em Barueri.
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