Campos ameaça reeleição de Dilma, diz 'The Economist'
Sucesso na administração de Pernambuco faz político do PSB ter boa visibilidade no País
25 de outubro de 2012 | 17h 02
Guilherme Waltenberg - Agência Estado
SÃO PAULO - A revista britânica "The Economist" traz na edição desta semana um perfil do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, apresentando-o como uma "possível ameaça à reeleição" da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. "Ele (Campos) é formalmente um aliado de Dilma Rousseff, sucessora de Lula na Presidência. Mas é também uma ameaça potencial para a sua reeleição no pleito de 2014", diz a matéria. Entre as razões apontadas pela revista para a ascensão de Campos, estão o "sucesso" de sua administração no governo de Pernambuco e a "falta de novos quadros" nos dois partidos considerados "os mais importantes do Brasil" pela revista: PT e PSDB. "Enquanto os dois principais partidos que comandaram o Brasil desde 1995 sentem falta de novos quadros, o sucesso de Campos em Pernambuco o torna (no momento) o político de maior visibilidade no País".
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Em uma retrospectiva da gestão de Eduardo Campos, a 'The Economist' avalia que a política industrial adotada por ele em seu governo é uma das razões de seu sucesso. "Enquanto o resto do Brasil se preocupa com a desindustrialização, Pernambuco não: desde que Campos tornou-se governador, em 2007, a fatia da indústria na economia do Estado aumentou de 20% para 25%, e vai atingir 30% em 2015, segundo dados do próprio governador", aponta a revista. "Esse ''boom'' trouxe praticamente o emprego pleno àquele Estado, ao mesmo tempo que também trouxe escassez aguda de mão de obra", diz, complementando que já há projetos para melhorar a educação profissional da população, mas que essa é uma das fragilidades naquele Estado.
A revista afirma ainda que o aumento nos salários recebidos pela população - conquista atribuída ao governador pela revista - auxiliou a chegada de investimento privado em Pernambuco. "A Fiat está prestes a começar o funcionamento de uma fábrica ao lado da principal estrada no norte de Recife. Fábricas de comida, roupas e calçados estão chegando ao interior pobre do Estado", afirma.
A vitória de seu partido nas eleições municipais - quando o PSB tornou-se o quinto partido com o maior número de prefeituras sob seu comando e o quarto com o maior número de habitantes governados - é apontada como outro fator de ele ter se tornado uma ameaça à reeleição da presidente Dilma. "Por enquanto, a aposta se pagou. Campos se reelegeu em 2010 e seu Partido Socialista Brasileiro (PSB) se deu bem nas eleições municipais deste mês, em Pernambuco e outras cidades", cita a reportagem.
Como contraponto, a revista afirma que Campos ainda não solucionou questões relacionadas à pobreza em Pernambuco. "Ao lado dos residenciais opulentos construídos diante das suas praias ornadas com palmeiras, Recife tem 600 favelas e as suas lagoas são fétidas com esgoto sem tratamento", diz a The Economist.
É ressaltado também o passado político de sua família, com seu avô, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. A revista britânica diz ainda que muitos o criticam por ser uma "versão moderna dos antigos coronéis", destacando que "algumas pessoas" dizem que ele "não desafiou a antiga ordem rural, trocando apoio por empregos e favores, além de congelar os dissidentes".
De acordo com a The Economist, o antecessor de Campos no governo, Jarbas Vasconcelos, já teria deixado as bases do "renascimento" de Pernambuco. "Ele teve sorte porque seu antecessor - menos alardeado - lançou as bases do renascimento de Pernambuco. Ele se apoiou nisso para modernizar o Estado", conclui a reportagem.
ele teve sorte pq Jarbas foi um péssimo governador, principalmente para os funcionários e o interior. A vantagem massissa de Eduardo sobre Jarbas foi consequência, também, de uma enchurrada de votos de protesto.
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