Informação policial e Bombeiro Militar

sábado, 6 de outubro de 2012

Comandante da PM critica coronel que fugiu de blitz


Erir Ribeiro Filho afirma que, como agente público, Fernando Príncipe deve dar o exemplo a 45 mil homens da corporação e ter um comportamento diferenciado
POR FERNANDA ALVES

Rio - O coronel da Polícia Militar Fernando Príncipe, que por duas vezes ignorou e desdenhou da eficácia e legalidade da Lei Seca, tomou uma reprimenda do comandante-geral da corporação, o também coronel Erir Ribeiro Filho.

Tudo porque, em menos de 15 dias, Príncipe se recusou a entregar documentos obrigatórios para os fiscais da operação analisarem e ignorou os pedidos para realizar o teste do bafômetro.

“Ele é um gestor público, um agente público, um coronel da PM. Tem que dar exemplo a cerca de 45 mil homens. Precisa ter um comportamento diferenciado”, disparou Erir.


Príncipe foi abordado pela Lei Seca 3 vezes em 15 dias: só numa delas entregou documentos e fez o bafômetro | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

Corregedor da PM, o coronel Waldir Soares Filho usou um tom mais ameno, porém não descartou a possibilidade de Príncipe ser até preso:

“Ainda não temos comprovação se o que está sendo divulgado foi mesmo o que aconteceu. Mas, caso fique confirmado que ele deixou o local da operação, ele poderá sofrer sanções administrativas, como advertência, e até mesmo ser preso”, avaliou Waldir, explicando ainda que a Corregedoria está apurando como o coronel Príncipe conseguiu adquirir o Porsche, avaliado em R$ 650 mil — ele estava com o possante todas as vezes que foi abordado.

Nos últimos 15 dias, Príncipe foi parado na Lei Seca três vezes. Na madrugada de domingo, no Leblon, ele se recusou a entregar a carteira de motorista e o documento do carro e foi embora sem autorização para deixar a fiscalização.

Ao todo ele já recebeu três multas, somando 26 pontos na carteira de habilitação e quase R$ 1.500 de multa. O Detran, porém, não informou se já foi aberto procedimento para suspensão da CNH, já que ele excedeu o número máximo de 20 pontos.

Para o deputado federal dia Hugo Leal (PSC), autor do projeto da Lei Seca, o episódio deixa claro a necessidade de uma punição maior para casos de reincidência, como o do coronel.

“Já foi aprovado na Câmara dos Deputados projeto que pede multa dobrada na segunda abordagem e que a carteira seja suspensa por dois anos. É dever dele cumprir a lei e dar o exemplo”, criticou o parlamentar.


Corregedoria da PM abriu sindicância para apurar como Príncipe comprou Porsche semelhante ao da

Príncipe quer decisão judicial que o livre da lei

O coronel Príncipe não gostou de ver divulgada a informação sobre sua fuga da blitz da Lei Seca e decidiu processar o governo estadual. Ele também pedirá mandado de segurança para ter direito de não ser punido quando se recusar a fazer o teste do bafômetro.

“A Constituição garante ao cidadão o direito de não produzir provas contra si”, afirmou o advogado Rodrigo Roca, que defende Príncipe. Segundo ele, o coronel estaria sendo alvo de perseguição pelo agentes da Lei Seca por ter um Porsche: “Eles não param o cidadão, param o carro”.

Para o advogado criminalista Breno Melaragno, conseguir o recurso não é impossível, mas é difícil. “Tem juízes que acham a lei inconstitucional, mas é a minoria”. Coordenador da Lei Seca, major Marco Andrade desconhece que alguém tenha obtido mandado de segurança para o fim desejado por Príncipe. Procurado, o coronel não quis falar.

Fonte: o Dia

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