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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Jovem denuncia que foi espancada por policiais da Força Tática de RR

RORAIMA 
Jovem denuncia que foi espancada por policiais da Força Tática de RR
Jovem disse que foi ajudar irmão de 16 anos, quando a espancaram. Assessoria da PM informou que aguardará denúncia para apurar o caso.
24/12/2014 01h47 - Atualizado em 24/12/2014 02h18
Por Marcelo Marques
Do G1 RR

Jovem foi levada à delegacia ferida (Foto: Arquivo pessoal/)Jovem foi levada à delegacia ferida (Foto: Arquivo pessoal)

Uma técnica em informática, de 20 anos, denunciou ter sido espancada por policias da Força Tática no município de Rorainópolis, Sul do estado, quando tentava proteger seu irmão de 16 anos. Fabíola Braga divulgou fotos das supostas agressões nas redes sociais nesta terça-feira (23) e disse que vai ao Ministério Público de Roraima (MPRR) e à Corregedoria da Polícia Militar relatar o caso. A assessoria da PM informou ao G1 que irá apurar a denúncia.

Ela descreveu ter encontrado o irmão bêbado em uma festa que ocorreu no sábado (20) por volta das 23h. Segundo a jovem, quando ela percebeu que o adolescente estava alcoolizado decidiu levá-lo para casa, mas o rapaz iniciou uma confusão e foi agredido com um golpe de cassetete.

"Discuti com meu irmão porque não queria ir embora. Quando ele me empurrou, os policiais viram e já chegaram batendo por trás da cabeça dele, fazendo-o cair no chão desmaiado. Deram vários chutes e jogaram gás de pimenta no rosto dele, momento em que ele despertou. Deitei em cima do meu irmão para protegê-lo. Pedi para não baterem mais, pois disse que iria levá-lo para casa", relatou Beatriz.

A técnica em informática contou que os policiais pediram a ela para sair de cima do irmão e, ao mesmo tempo, chamaram mais policiais.

Jovem postou fotos dos hematomas nas rede sociais (Foto: Arquivo pessoal/)
Jovem postou fotos dos hematomas
nas rede sociais (Foto: Arquivo pessoal/)

"Cinco deles me espancaram na cabeça com cassetete, chutes nas costelas e puxões de cabelo. Tudo isso para largar meu irmão. Falaram que eu ia ser presa por protegê-lo, mas que não iria ser algemada. Reagi com chutes para não apanhar, então me jogaram com meu irmão na carroceria da caminhonete. Meu esposo, que tentou me defender, também foi jogado na viatura. A caminho da sede da PM, continuamos a ser espancados. Um policial ainda tentou me enforcar", afirmou.

A jovem disse que, ao chegar ao destacamento da Polícia Militar, levou cinco tapas de um policial, o que a deixou com hematomas e ferimentos no rosto.

"Ainda há sangue em um dos meus olhos. Meus lábios estão feridos e não posso fazer movimentos bruscos com meus braços porque sinto dor. Não saio de casa porque minha face 'queima com o sol'. Meu esposo está machucado também, assim como meu irmão no abdômen", sustentou, acrescentando que os policiais teriam feito um vídeo responsabilizando o adolescente como autor das agressões.

Delegacia
Beatriz disse que eles foram levados para a delegacia de Rorainópolis por volta das 2h. "Fomos ouvidos pelo delegado na manhã de domingo (21) e liberados", resumiu, citando ter feito dois boletins de ocorrência contra os policiais.

"Fomos ainda ao MP [Ministério Público] denunciar o caso. Mas, voltaremos lá para formalizar o procedimento. Posteriormente, vamos à Corregedoria da PM relatar a denúncia. Estou colhendo provas. Não durmo mais, pois tenho pesadelos", lamentou.

De acordo com o delegado que atendeu a ocorrência, a jovem e o marido assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desobediência, resistência à prisão, desacato e perturbação da ordem. Todos responderão o processo em liberdade.

Ele revelou ainda que os três confessaram ter ingerido bebida alcoólica. No relatório feito pelos policiais, segundo o delegado, constava que eles foram xingados e ameaçados pelos três detidos, que reagiram à prisão. "Tudo começou porque ela e o irmão iniciaram uma discussão. A polícia chegou, os dois resistiram e vieram para a delegacia", comentou.

Inquérito
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que, quando receber a denúncia na Corregedoria, será aberto um inquérito para apurar o caso. Ainda segundo a nota, as investigações serão feitas no prazo de 30 dias, prorrogáveis por igual período. A suposta agressão da Força Tática não foi citada no comunicado.

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