Informação policial e Bombeiro Militar

sábado, 15 de junho de 2013

Insubordinação: a culpa é do Choque! É melhor sacrificar uma cabeça do que as autoridades. Policiais dizem que houve em anonimato uma insubordinação ao comando da PM por parte de comandantes de batalhões e da Tropa de Choque.



Para oficiais, Tropa de Choque demorou a agir em manifestações em SP


DE SÃO PAULO


Faltou comando na ação policial. A tropa de choque demorou a agir. Os policiais cometeram excessos e não cumpriram regras básicas de seu manual de conduta.
Essas foram as conclusões de oficiais da PM, com acesso à cúpula da Segurança Pública de São Paulo, sobre a ação da instituição no protesto de anteontem na região central da capital paulista.
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Na ocasião, ao menos 235 pessoas foram detidas, cerca de cem manifestantes (sendo sete repórteres da Folha) e 13 policiais acabaram feridos.
Conforme os PMs, que falaram à Folha sob a condição de anonimato, houve ainda uma insubordinação ao comando da corporação por parte de comandantes de batalhões e da Tropa de Choque.
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Benedito Roberto Meira, disse que, apesar de a ação da PM ter sido segmentada, com quatro oficiais dando ordens em momentos diferentes, não faltou comando na operação e ela não ficou desorganizada.
Especialistas em segurança pública e um ex-comandante da PM também criticaram a operação.
"O governo diz: 'vai lá e resolve'. O resultado é o abuso de poder que se viu", disse Jacqueline Muniz, ex-coordenadora de segurança no governo do Rio.
O vereador Álvaro Camilo (PSD), ex-comandante da PM paulista, diz que houve abuso dos dois lados. "A polícia extrapolou porque o vandalismo se espalhou."
REGRAS BÁSICAS
A maneira como os policiais agiram no protesto demonstra que eles descumpriram regras básicas do manual de CDC (Controle de Distúrbios Civis). Não havia, por exemplo, policiais com megafones para tentar dialogar com os manifestantes.
As regras do CDC no Brasil se consolidaram no regime militar, com o treinamento de tropas especializadas em dispersar manifestações. Em São Paulo, até hoje a Tropa de Choque é treinada para ações de "contraguerrilha urbana".
"Não há como seguir manual de procedimentos em manifestações com essa proporção e dispersão", disse o coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública.
Anteontem, o que se viu foram policiais perseguindo manifestantes, embora a regra seja que eles não se desgarrem da tropa.


Folha de São Paulo

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