Informação policial e Bombeiro Militar

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Sargento é preso por perguntar no facebook se o governador viveria com o salário de um PM. O Sargento perguntou ao governador " o Senhor trabalharia pelo que o Senhor paga ao Bombeiro?" Resultado o governador não gostou da micharia que ganha o Bombeiro e o companheiro acabou preso.

Brigada Militar pune com detenção Bombeiro que fez postagem contra Tarso sobre tragédia da Kiss


Fonte: Radio Fandango

Um bombeiro de Getúlio Vargas, no norte do Estado, foi punido com 48 horas de detenção após uma postagem no Facebook contra o governador Tarso Genro. Marcos Fernando Pádua desabafou na rede social sobre o episódio que envolve a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria. No texto, ele reclamou da declaração do governador, em janeiro deste ano, que desautorizou o comando do Corpo de Bombeiros e disse que o palco de tragédia em Santa Maria não poderia estar aberto. O bombeiro também lamentou o salário pago à categoria e fez um apelo às condições de trabalho dos bombeiros no Estado.

Sou bombeiro porque gosto. Sou socorrista por opção e com convicção (...) Por amor ao povo o Senhor trabalharia pelo que o Senhor paga ao Bombeiro? Os Bombeiros não criaram as Kiss (Boates), danceterias, prédios de 20, 30 andares. (...) O que falta é quem queira se sujeitar a triste realidade do Bombeiro para tentar resolver emergencialmente a omissão de anos, escreveu.

As palavras foram escritas por Pádua em casa, no dia 26 de abril, quando ele estava de folga do trabalho.

— Eu postei em uma época na qual a população criticava a atuação dos bombeiros. Resolvi fazer o desabafo, mas não sabia que ia ter essa repercussão. Jamais vou criticar a pena que recebi, porque o comando da BM está cumprindo o regulamento — diz.

O Corpo de Bombeiros de Erechim abriu um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a conduta do bombeiro, após receber denúncia. A decisão foi divulgada em 7 de junho. Pádua foi punido com dois dias de detenção no quartel, mas ainda não há prazo para o cumprimento da pena. O bombeiro foi enquadrado por desrespeitar, ofender e provocar autoridade civil, além de desprestigiar a corporação e comprometer a segurança, conforme o Regulamento Disciplinar da Brigada Militar (Decreto 43.245 de 2004).

O comando dos Bombeiros de Erechim explica que o que está sendo questionado não é a livre manifestação, mas sim o fato do servidor evidenciar uma autoridade civil, no caso, o governador do Estado. O cuidado que o militar deve ter é que ele não pode estar, dentro dos seus direitos, desafiando o superior hierárquico. O comando também afirma que não é possível contestar o regulamento, mas que a punição poderá ser repensada caso o bombeiro recorra com novos argumentos.

A pena exige que Pádua cumpra o trabalho normal dentro do quartel e fique detido sem poder sair do local. Ele entrou com recurso para a revisão da pena. O bombeiro, que trabalha há 20 anos na corporação, terá redução de comportamento, regra que baixa a nota dos servidores e pode impedir uma promoção.

— Não tenho nada contra o Tarso Genro, eu só queria ter liberdade de expressão para expor o que eu penso sobre a pessoa pública dele. Se o ofendi, peço desculpas. Quero que o regulamento seja revisado, pois quem vai cuidar dos meus filhos nesses dois dias — questiona.

Para o coordenador-geral da Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs), Ubirajara Ramos, a regulamentação interna é arcaica e ultrapassada:

— Como pode votar, ele tem o direito de criticar e expor as suas opiniões como qualquer cidadão. Vivemos em uma democracia.

A Abergs elaborou uma nota de repúdio à punição. O manifesto, enviado à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia e ao Comando da BM, pede revisão da pena e um novo regulamento da Brigada.

Leia o post de Marcos Fernando Pádua no Facebook:

Sabe governador, somos contemporâneos, quase da mesma idade, mas vivemos em mundos bem diferentes. Sou classe média, bem média quase baixa, BOMBEIRO, SOCORRISTA, deprimido e indignado com as canalhices que estão acontecendo. Não conheço bem a sua história pessoal e certamente o Senhor não sabe nada da minha também. Fiz um vestibular bastante disputado de Enfermagem; tive a oportunidade de frequentar a Universidade URI de Erechim, neste Estado, por algum tempo, mas na época não tínhamos estas opções de bolsas. Fiz o que pude mas meu dinheiro não foi suficiente para pagar a mensalidade. Fiz treinamento no Hospital de Pronto Socorro, Hospital Femina, Hospital Conceição, em Porto Alegre; Pompéia, em Caxias do Sul; Caridade e Santa Therezinha, em Erechim; hoje vivendo de esmolas de um salário de fome, orando que apareça um bico, para complementar a renda de casa. Parece-me que o Senhor desconhece esta realidade. O seu terceiro grau não foi tão suado assim, em universidade sem muito prestígio, curso na época pouco disputado, turma de meninos mais abastados, pois era filho de político conhecido da cidade de São Borja, Aprendi minha profissão vendo meu pai, que era Bombeiro em Erechim; ficava com ele no quartel por que sabia que lá teria um almoço bom, Depois de me formar Bombeiro trabalhei muito com pouca remuneração em troca de aprendizado. Ao final do curso, nova seleção, agora, para socorristas . Mais trabalho com pouco dinheiro e vítimas, a grande maioria das vezes, pobres, o povo... Sempre fui doutrinado a fazer o máximo com o mínimo. Muitas noites sem dormir, e lhe garanto que não foram em salinhas refrigeradas costurando coligações e acordos para o povo que o Senhor nem conhece o cheiro ou choro em momento de dor. Dói assistir a morte por falta de recursos. Dói, como pai de quatro filhos, ver outros filhos de outras mães não serem salvos por falta de condições de trabalho. Fingir que trabalha, fingir que é Bombeiro, estar cara-a-cara com o paciente como representante de um sistema que deveria dar segurança, ridículo, ter a possibilidade de se contaminar e se acostumar com uma pseudo-segurança, é doloroso, aviltante e uma enorme frustração. Aprendi em muitas daquelas noites insones tudo o que sei fazer e gosto muito do que eu faço. Sou bombeiro por que gosto. Sou socorrista por opção e com convicção. Não me arrependo. Prometi a mim mesmo fazer o melhor de mim. É um deboche numa cidade como Passo Fundo, Erechim , num Estado como o nosso, assistir políticos como o Senhor discursarem com a cara mais lavada que este é o momento de deixar de lenga-lenga para salvar vidas. Que vidas, Senhor Governador? Nas UPAS? tudo de fachada para engabelar o povão!!!! Por amor ao povo o Senhor trabalharia pelo que o Senhor paga ao Bombeiro? Os Bombeiros não criaram as Kiss (Boates), danceterias, prédios de 20, 30 andares. Eles não estão com problemas somente agora. Não faltam especialistas. O que falta é quem queira se sujeitar a triste realidade do Bombeiro para tentar resolver emergencialmente a omissão de anos. A mídia planta terrorismo no coração de donos de bares, botecos, prédios que, desesperados correm aos quartéis querendo seus Alvarás inespecífico, sem saber direito de quem é sua responsabilidade, pois talvez lhe deva ter faltado tempo para aprovar leis mais especificas ... Não há bombeiro hoje que não esteja sobrecarregado. Há uma grande dificuldade em administrar uma demanda absurda de atendimentos, socorro, urgências, emergências, treinamento, entregas de alvarás, notificações, inspeções, atendimento ao público telefones (inclusive trotes). Todos em pânico. E aí vem o Senhor com historinhas. Acorde Governador! Hoje o Senhor é Poder Executivo. Esqueça um pouco das fotos com o presidente e com a mãe do PAC, esqueça a escolha do prefeito, esqueça a carinha de bom moço consternado na televisão. Faça a mudança. Execute. Historinhas é não mudar os quartéis e os salários. Quem sabe o Senhor poderia trabalhar como voluntário também. Chame a sua família. Venha sentir o stress de uma mãe, não daquelas de pracinha com babá, que o Senhor bem conhece, mas venha preparado porque as pessoas estão armadas, com pouca tolerância, em pânico. Quem sabe entra no seu nariz o cheiro do pobre, do povo e o Senhor tenta virar o jogo. A responsabilidade é sua, governador. Afinal, quem é, ou são, os vagabundos, Governador?

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