O policial militar James Pedroso, de 33 anos, que atua pela Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), garante que foi em legítima defesa os tiros que disparou contra dois adolescentes armados que invadiram uma sorveteria na noite de sábado (5), em Cuiabá , para realizar um assalto. Pedroso estava à paisana, com o filho de dois meses no colo e ao lado de sua esposa, quando um menor apontou o revólver contra ele. “Não tive opção e era impossível a verbalização naquele momento. Ou era eu, ou eles”, alegou em entrevista ao G1 .
A sorveteria está localizada no Bairro Quilombo, na capital, e os dois adolescentes, sendo um de 15 e outro de 17 anos, morreram no próprio local após serem atingidos por tiros da pistola calibre ponto 40, de uso do policial. Os menores também estavam acompanhados por mais três assaltantes que entraram no estabelecimento e renderam os clientes.
Em depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), na tarde desta terça-feira (8), o policial James Pedroso relatou que os cinco suspeitos foram até a sorveteria com a intenção de realizar um arrastão. “Eles chegaram já rendendo os clientes e funcionários causando tumulto e não foram direto ao caixa. Parecia um arrastão”, observou. Ele contou também que, no momento, estava em pé conversando com o proprietário da empresa e um adolescente encostou um revólver calibre 38 em seu tórax.
Nesse instante, segundo o policial, ele retirou a pistola de sua cintura e, ao virar, percebeu que o outro menor já estava com a arma apontada para a sua cabeça. Mesmo sem ter a certeza de que houve algum disparo antes por parte dos ladrões, James confirma que precisou conter a ação criminosa. “Eu estava com o meu filho no colo e eles viram o momento em que peguei a arma. Atirei para conter a ação ao perceber que isso realmente era necessário. Minha reação foi técnica e com preparo. Saí de casa apenas para passear com a minha família e não para matar ninguém”, pontuou.
James Pedroso está na corporação da Polícia Militar há dez anos e conta que foi a primeira vez que passou por esse tipo de situação. A pistola usada no dia do assalto foi recolhida pela Polícia Civil e encaminhada para o Instituto de Criminalística. O delegado João Bosco Ribeiro, responsável pelo inquérito aberto para apurar o caso, disse ao G1 que uma das armas utilizadas pelos assaltantes, revólver calibre 38, foi encontrada pela polícia na sorveteria ainda no dia do crime.
A arma estava com cinco munições e com dois projéteis "picotados". “O que pode dar a entender que um dos assaltantes tentou atirar e a arma falhou na ocasião”, informou.
Três criminosos continuam foragidos e ainda não foram identificados pela polícia. Apenas os dois adolescentes foram baleados e ninguém ficou ferido no estabelecimento. O delegado informou também que vai convocar para prestar depoimento o proprietário da empresa, testemunhas e os familiares das vítimas, na tentativa de obter informações sobre os suspeitos foragidos. O inquérito sobre o duplo homicídio tem o prazo de 30 dias para ser concluído.
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