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sábado, 17 de março de 2012

Promotor de Justiça chama Polícia Civil de Imprestável.

Ubiraci ataca investigação da Cico e diz que Polícia Civil é "imprestável"

CASO FERNANDA LAGES: Ubiraci Rocha fez criticas à Polícia Civil do PI e disse que Cico trabalhou com "amadorismo".

O promotor do Ministério Público Estadual, Ubiraci Rocha, fez fortes críticas à Polícia Civil do Piauí durante entrevista no Jornal do Piauí desta sexta-feira (16). Para ele, o órgão é “imprestável para a sociedade” e será responsável por falhas nas investigações da PF.

Fotos: Evelin Santos/Cidadeverde.com

“Quero que as autoridades públicas façam uma reflexão. Esse aparelho de segurança do jeito que está ai é imprestável para a sociedade. Haver erros é normal, mas do jeito que estão ai não. A Polícia Civil cometeu erros primários”, dispara o promotor.

As declarações de Ubiraci Rocha surgiram como forma de analisar os últimos fatos a cerca da investigação da estudante Fernanda Lages, encontrada morta nas obras da nova sede do MPF no dia 25 de agosto de 2011. Nesta quinta-feira (15) Nayra Veloso, amiga da universitária, foi presa e encaminhada para a Penitenciária Feminina da capital do Piauí.

“Um dos aspectos que estava obscuro era no tocante à Nayra. Ela se encontrou com Fernanda e um rapaz por voltas das 4h da manhã em frente ao prédio do MPF. Entendemos que a Nayra sabe mais do que falou. Essa ideia não é só nossa, mas da Policia Federal”, disse Ubiraci.


Críticas à perícia da Polícia Civil
O promotor revela que carrega na sua fala a indignação da sociedade piauiense sobre o caso. Para ele, o caso Fernanda Lages marcou a história do Estado e deveria ter recebido mais atenção das autoridades locais.

“Estamos diante de é uma policia amadora, que não se profissionalizou. É uma roupa que não nos serve mais. Se a PF não concluir por um resultado convincente, isso se deve ao trabalho amador da Polícia Civil que não preservou o local do corpo”, disse.

Ubiraci Rocha comentou ainda declarações do secretário de Segurança Robert Rios Magalhães que afirmou que se as investigações da Policia Federal tiverem conclusão igual a da Polícia Civil, muitas pessoas estariam devendo pedidos de desculpas à instituição.


“Não tem essa história de que aqui tem gente que tem que pedir desculpas. A Polícia Civil é que tem que pedir desculpas por não ter preservado a contento o local do crime”, defendeu o promotor.

Prisão de Nayra Veloso
Segundo investigações, a estudante Nayra Veloso, 23 anos, esteve próxima de Fernanda Lages nos três meses que antecederam a morte da universitária. A Polícia Federal investiga a vida da jovem e a promotoria acredita que o depoimento dela pode solucionar o caso.

“A Nayra sabe que se ela falar o que sabe, ela permanece em condição de testemunha. Mas se ela não falar, o comportamento pode se caracterizar como falso testemunho. Se for concluído por homicídio, ela pode se colocar em participação direta no homicídio”, conta.

Nayra Veloso durante reconstituição do dia da morte de Fernanda.

A prisão de Nayra ocorreu por volta das 11h desta quinta-feira. “Eu estava em audiência quando recebi uma ligação do delegado que preside o inquérito. Ele me chamou ele para ir à PF conversar com ela. Foi uma conversa demorada. Estive sozinho até umas 16h da tarde”, disse.

Depoimento da amiga de Fernanda
“Ela nega que esteve lá. Eu disse a ela: ‘você pode negar, ma a polícia já tem provas que você esteve lá com Fernanda e com esse outro homem. Cabe a você contribuir com a investigação dizendo quem era essa pessoa com quem você e Fernanda conversavam’”, relata Ubiraci.

A polícia trabalha com depoimentos e provas periciais que coloca Fernanda Lages a frente das obras com mais duas pessoas, uma com características semelhantes à de Nayra e um rapaz. O promotor garante que esses indícios deixam o caso próximo de uma conclusão.

Nayra abraça policial que representou Fernanda durante reconstituição.

“O problema não é ela ser ouvida. Ela já foi ouvida várias vezes. O problema é ela falar quem era essa outra pessoa conversando com ela. Eu disse a ela que posso fazer muito por ela. Eu disse: ‘agora é uma escolha sua’. Deixei um numero de telefone do Ministério Público para que ela possa me ligar assim que ela queira falar comigo”, explica.

Ubiraci Rocha relembra que durante a conversa na sede da Polícia Federal Nayra se mostrava inquieta, muito nervosa e que chorava às vezes. O promotor descartou possibilidade de novas prisões neste momento.

Eliardo e o caso
O promotor Eliardo Cabral também participou da entrevista e disse que suas convicções são as mesma desde o início do inquérito. "Não retiro nenhuma vírgula do que eu disse. Esse caso foi um homicídio com mais de uma qualificadora e autoria coletiva", disse.



Lívio Galeno

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