Informação policial e Bombeiro Militar

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A pessoa não pode nem mais vender uma rifa!

Cidades

Associação militar suspende rifa após denúncia de regalia

Bilhete de moto no valor de R$ 100 estaria sendo vendido em troca de segurança

06/01/2012 08:06
Ana Paula Omena


Foto: Reprodução
Bilhete de sorteio era vendido com promessa de mais segurança
Bilhete de sorteio era vendido com promessa de mais segurança
Bilhetes sendo vendidos no valor de R$ 100 para a rifa de uma moto com intuito de arrecadar recursos para a construção de uma nova sede para uma associação militar. Até aí, nenhuma irregularidade. Porém o que intrigou lojistas que levantaram suspeita sobre o processo foi o fato de um homem que se passou por funcionário da associação militar destacar que, na compra do bilhete, a pessoa receberia um ‘kit’ que garantiria privilégios quanto à segurança feita pela Polícia Militar. O kit seria basicamente um adesivo da associação que identificaria o comprador quando viaturas da PM passassem no local. Ou seja, aquele estabelecimento, carro ou morador que teria contribuído com a rifa teria mais segurança garantida, diferente de quem não contribuiu.
A denúncia foi feita à Tribuna Independente por um comerciante que preferiu não se identificar. A reportagem ouviu o presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiros de Alagoas (Aspra/AL), Wagner Simas, que negou ter conhecimento do argumento utilizado por Everton Miranda, o tal funcionário, de que comprando o bilhete a pessoa ganharia um adesivo com a logomarca da Aspra, que garantiria mais segurança às casas, estabelecimentos comerciais e carros adesivados.
“A ação da rifa existe, assim como rifa-se um produto em qualquer outra associação militar para arrecadar fundos, mas o argumento de que comprando a rifa junto dela a pessoa ganharia um ‘kit’ contendo um adesivo da associação para dar mais segurança isso não procede”, afirmou.
Simas frisou que o Comando da PM nada tem a ver com a promoção da rifa, e disse que iria suspender o contrato com a empresa J.G. Alves Produções, que estava vendendo as rifas e ganhando comissão. “Não sabia desse método que eles estão usando para vender a rifa mais facilmente”, assegurou.
Um lojista do bairro de Jaraguá, em Maceió, suspeitou da venda dos bilhetes e denunciou à Tribuna Independente. Por meio dele, a reportagem conseguiu ter acesso à rifa e ao adesivo. “O homem que se dizia funcionário da Associação dos Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Alagoas, chamado Everton Miranda, ligava todos os dias divulgando a rifa e contando a história de que o bilhete seria para ajudar na construção da nova sede da associação militar. Ele chegou a dizer que ligava em nome do Comando da PM”, revelou.
Com símbolo de associação
Empresa diz que adesivo era só um brinde
A Tribuna Independente entrou em contato com o gerente da empresa J.G. Alves Produções, José Gomes Alves, que vendia as rifas da associação dos praças, e ele se defendeu da denúncia.
“Às vezes o funcionário fala uma coisa e a pessoa entende outra. O Everton Miranda (pessoa que ligava oferecendo a rifa e usando o argumento de reforçar a segurança para os compradores) ligava para a pessoa e falava sobre o adesivo, mas como um ‘brinde’ que a pessoa poderia colocar onde quisesse para quando os companheiros da entidade passassem vissem que aquela casa contribuiu com a rifa”, declarou o gerente.
“Colabora quem quer. Ninguém é obrigado. Os funcionários ligam para a empresa oferecendo; realmente é feito um contato com o comércio, mas, com promessa de segurança, não”, disparou Gomes. “Vou ouvir o funcionário e chamar a atenção dele”, concluiu. O lojista que fez a denúncia, e não quis se identificar por medo de represália, disse ainda. “O estranho foi ele detalhar que, se a gente comprasse, junto do bilhete viria um ‘kit’ com um adesivo que identificaria a casa que contribuiu com a associação, e, por esta razão, teria mais segurança dos policiais militares que fazem a área do 1º Batalhão da PM”.
Ainda conforme a denúncia, o suposto funcionário da Aspra também frisava que foram poucos bilhetes, cerca de 45, que somados totalizam R$ 4.500, um valor distante para a construção de uma sede associativa. “O medo da gente era de não comprar a tal rifa e aí ficar sem segurança dos policiais militares, mas em contrapartida pensava: ‘a segurança da PM é dever do Estado, então porque pagar para se sentir mais seguro?”, argumentou o lojista. (A.P.O)
Presidente de associação, Wagner Simas, negou a prática de venda, mas assumiu com realmente há esta rifa (Sandro Lima)
Presidente de associação, Wagner Simas, negou a prática de venda, mas assumiu com realmente há esta rifa (Sandro Lima)
 

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