O policial militar suspeito de atirar contra uma médica no município de Guarantã do Norte , a 720 km de Cuiabá , foi indiciado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio e deve responder pelo crime em liberdade. O crime teria ocorrido após a médica se recusar a fornecer um atestado médico, no dia 7 de novembro de 2012, dentro da Unidade de Saúde da Família (PSF), do bairro Santa Maria.
O delegado Antônio Góes, responsável pela investigação, disse em entrevista ao G1 que deverá encaminhar o inquérito ao Ministério Público Estadual nos próximos dias.
“Logo após o ocorrido, a médica se mudou da cidade e tivemos dificuldade para colher o depoimento dela. Conseguimos fazer isso recentemente por carta precatória e devo finalizar o inquérito nos próximos dias”, explicou o delegado.
Durante o depoimento, o delegado informou que o policial militar permaneceu em silêncio e não revelou o motivo que o levou a atirar contra a médica. Consta do boletim de ocorrência que o suspeito já estava de licença médica. Ele teria ido ao PSF para solicitar um atestado médico contendo informações do CID - Classificação Internacional de Doença - que o manteria afastado da sua função.
No entanto, a médica, que atendia como clínica geral teria dito ao policial que poderia fornecer o atestado. O documento, contudo, também dependeria de avaliação de um médico neurologista. O suspeito teria se irritado com a situação e declarado que faria uma denúncia contra ela à Secretaria de Saúde; teria dito também que se os responsáveis não a removessem da unidade, ele mesmo o faria.
Após a ameaça, a médica teria ligado para a Polícia Militar e durante a ligação foi atingida pelo tiro no tórax. Em seguida, o suspeito fugiu. A vítima foi encaminhada para o hospital da cidade. Posteriormente, ela foi internada em um hospital da cidade de Sinop.