Terminou por volta de 23h desta segunda-feira (17) o julgamento do ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas acusado de matar um flanelinha e ferir outro homem em agosto de 2011. Sérgio dos Santos Silva foi absolvido pela acusação de homicídio duplamente qualificado e lesão corporal em um júri popular que durou cerca de 15 horas.
O réu foi defendido pelo advogado Cristiano Barbosa dos Santos, que teve apoio dos auxiliares Anderson Taveros e Rafael Albuquerque. "A Justiça foi feita. Agora vamos providenciar o regresso do meu cliente à corporação. Já há um mandado em aberto e acredito que, com esta absolvição, a Justiça será completa", informou em entrevista ao G1o advogado Cristiano Barbosa.
De acordo com o promotor do caso, José Malta Marques, o conselho de sentença entendeu que não havia provas que comprovassem a autoria do crime. "Eu tenho um prazo ainda de cinco dias para decidir se vou recorrer do resultado. Quero analisar o processo antes de qualquer definição", informou Marques.
Entenda o caso 
O ex-soldado da Polícia Militar (PM) Aldo Sérgio dos Santos Silva, era acusado de matar o flanelinha José Ronílson dos Santos, 32, e ferir o pescador Carlos Eduardo Gonçalves, em agosto de 2011, por volta das 4h, em frente ao Clube Fênix Alagoana, no bairro do Jaraguá.
De acordo com as investigações, Silva teria assassinado a vítima após ter o carro arrombado e equipamentos roubados de dentro do veículo.
A prisão do militar foi decretada em novembro do mesmo ano, pelo juiz Sandro Augusto, na época titular da 9ª Vara Cível da Capital. O juiz acatou pedido do Ministério Público depois que o inquérito sobre o crime e tentativa de homicídio, conduzido pelo delegado Alcides Andrade, apontou Silva como autor dos disparos.
O julgamento de Silva começou na manhã desta segunda-feira (17), no Tribunal do Júri do Fórum de Maceió . O ex-policial é acusado pelo Ministério Público de homicídio duplamente qualificado pela morte do Ronílson, e de lesão corporal pela agressão contra Carlos Eduardo.
De acordo com o advogado de defesa, não havia provas que o incriminassem. “A única testemunha que consta nos autos disse que foi coagida para confirmar a tese apresentada pela polícia na época”, ressaltou Santos no início do julgamento.
Local onde o flanelinha foi morto.
A denúncia foi ofertada pelo promotor de Justiça José Antônio Malta Marques. De acordo com o promotor, após sair do evento, Silva alegou que seu veículo teria sido arrombado e que um aparelho de som fora furtado pelos flanelinhas. Entretanto, mesmo após a negativa das vítimas, Ronílson foi baleado pelo acusado.
Ainda de acordo com a denúncia do MP, após cometer o crime, o réu saiu dirigindo seu carro e, logo depois do Riacho Salgadinho, fez a volta e retornou ao clube. Quanto se aproximou de novo do flanelinha, que já agonizava, deu um último tiro para "terminar o serviço". Ainda segundo a denúncia, o ex-PM teria desferido um tiro na perna de Carlos Eduardo, que estava ao lado do amigo.
Segundo o advogado, a acusação foi feita com base em comentários de que o assassino seria policial e estava usando roupas pretas. “Mandaram a foto do Aldo no show para o delegado e ele fez a acusação somente por boatos”, disse Barbosa.