Uma denúncia sobre suposta fraude que resultou no pagamento duplicado de um mesmo serviço realizado em um veículo da 4ª Companhia da Polícia Militar (PM) em Piracicaba (SP) vai ser apurada pela Corregedoria da corporação. A Associação das Praças Policiais Militares da Ativa e Reformados do Estado de São Paulo (APPMARESP) divulgou a suposta irregularidade em sua página na internet.
Segundo a denúncia, em maio de 2012 a companhia solicitou ao Comando de Policiamento do Interior (CPI-9) o conserto da viatura Gol I-10402. A solicitação pedia mão de obra para a substituição do batente, dos pivôs e das bandejas da suspensão dianteira e das buchas das barras de direção. As peças para a manutenção dos carros da PM são enviadas pelo comando em São Paulo. Portanto, as companhias locais contratam apenas o serviço mecânico.
Depois de 19 dias, uma nova solicitação foi feita por outra pessoa pedindo a troca das mesmas peças e o conserto da mesma viatura. A associação divulgou em seu site imagens da suposta documentação que mostram as solicitações dos serviços. Os orçamentos, se tiverem a autenticidade comprovada, podem servir de prova para a investigação das irregularidades apontadas.
Segunda solicitação para conserto de veículo da PM
Entenda a denúncia 
O primeiro pedido para conserto foi aberto em 3 de maio de 2012, com o número de protocolo 147/400/12. Três empresas participaram da cotação para arrumar o carro e apresentaram propostas de R$ 460, R$ 420 e R$ 380. A oficina que ofereceu o menor preço executou o serviço. O pedido foi feito pelo 1º tenente comandante interino Jefferson Cury Serra.
O segundo pedido de conserto foi feito em 21 de maio de 2012, com o número de protocolo145/400/12, pelo capitão Watson Holler. “Uma das irregularidades está aí. Como pode um número de protocolo emitido 19 dias depois do primeiro ser menor que o anterior? Sem contar que as empresas cotadas na segunda solicitação são as mesmas, porém os valores estão invertidos e quem vence é a empresa de número 2, que apresentou o preço intermediário”, disse um integrante da associação que pediu para não ser identificado por temer represália.
Além do problema com o orçamento, a associação questiona onde foi parar o dinheiro do segundo conserto, já que não há comprovação de que o reparo foi efetivamente realizado. O primeiro pedido, segundo o grupo que representa PMs na ativa e reformados, teve autorização do coronel João Batista de Souza Junior e carimbo das Unidades Gestoras Executoras (UGE) da PM.
Já o segundo não tem assinatura do comando e nem o carimbo do órgão que administra o financeiro da Polícia Militar em Piracicaba. "Quando é caráter de urgência, qualquer pessoa do comando pode fazer a solicitação e enviar para a UGE, que encaminha o pedido para São Paulo. O dinheiro é enviado mesmo sem a assinatura do superior", afirmou o PM. Ainda segundo a associação, o dinheiro para os dois serviços foram enviados. "A gente quer saber onde foi parar o valor pago do segundo orçamento", afirmou outro policial que também não quis se identificar.
Primeira cotação apresentada
Resposta da Polícia Militar 
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, por meio da assessoria de imprensa, informou que o comandante do CPI-9, João Batista de Sousa Junior, ficou imcumbido de esclarecer a denúncia apresentada pela APPMARESP.
"E, em razão do teor da denúncia, foi instaurada uma sindicância por parte do comandante para a devida apuração, procedimento que tem o prazo legal de 30 dias para conclusão", relatou a assessoria.
Segunda orçamento apresentado para conserto de veículo da PM