Informação policial e Bombeiro Militar

domingo, 19 de maio de 2013

Seis soldados da PM são indiciados pelo sumiço de garoto de 9 anos na Bahia



Mellyna Reis
Do NE10/Bahia
Foto: Blitz Conquista
Seis soldados da Polícia Militar foram denunciados no inquérito da Delegacia de Homicídios de Vitória da Conquista (DH/Vitória), sudoeste da Bahia, pelo desaparecimento do menino Maicon Batista Braga, de 9 anos, ocorrido em dezembro do ano passado.

No relatório entregue ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), o delegado titular Neuberto Costa indiciou os policiais da 77ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) por ocultação de cadáver e três deles ainda responderão por homicídio.

Os PMs ocupavam as duas guarnições que estiveram no Condomínio Vila Sul e atiraram contra um grupo de garotos, quando voltavam de uma lagoa próxima, no dia 4 de dezembro de 2012. A Polícia Militar informou que o processo administrativo instaurado pela Corregedoria está em fase de conclusão.

Na semana passada, o Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT) divulgou o laudo de reconstituição, já anexado ao inquérito, o qual revela que os únicos tiros disparados durante o episódio, em um matagal perto do condomínio, partiram dos policiais militares.

"O laudo de reconstituição corroborou com as provas coletadas e reunidas no inquérito, no qual apontamos os responsáveis pelo sumiço do garoto, que serão processados criminalmente", afirmou o delegado. um exame de DNA comprovou que o sangue encontrado próximo ao local onde o garoto sumiu era mesmo de Maicon.

Os soldados Pablo Mendes Almeida Borba, Josias Nascimento Libarino e Kleber Jackson Rodrigues, indiciados por homicídio e ocultação de cadáver, admitiram no interrogatório, terem atirado contra um grupo que eles acreditaram que era de traficantes. Os demais soldados, Mateus Queiroz de Oliveira, Warley Lopes Santos e Agenaldo Gama Silveira Júnior, foram indiciados por ocultação de cadáver.

Elaborado em mais de 300 páginas, o inquérito conta com os depoimentos de mais de 20 testemunhas e de todos os policiais presentes na diligência na área do condomínio, além de vários laudos periciais. Todas os depoimentos foram acompanhados pelo Ministério Público.

ENTENDA O CASO - No interrogatório, os seis policiais militares afirmaram que foram até a área do condomínio para atender uma denúncia de agressão sofrida por um adolescente, que teria sido atacado por traficantes.

No local, os soldados viram um grupo caminhando e, por suspeitarem tratar-se de criminosos, dispararam tiros. Os quatro meninos correram por um matagal, no entanto, apenas três deles chegaram ao condomínio Vila Sul.

Os garotos contaram ao delegado responsável que, ao sentir a falta de Maicon, tentaram procurá-lo, mas foram prontamente impedidos pelos policiais de voltar ao matagal. A determinação se estendeu aos moradores da região, que só tiveram acesso ao local, uma hora depois, mediante a liberação de um oficial da PM, que solicitou o envio de uma equipe do Corpo de Bombeiros.

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