Informação policial e Bombeiro Militar

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Jurados absolve os quatros PM acusados da morte de PC Farias e Suzana.



Júri absolve PMs acusados da morte de PC Farias e Suzana, mas reconhece duplo homicídio



Aliny Gama e Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió 

Julgamento da morte de PC Farias

  • 1 / 30
    Itawi Albuquerque/Futura Press
    6.mai.2013 - Pastas com a íntegra do processo sobre a morte de Paulo César ...
  • 2 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - O juíz Maurício Breda, da 8ª Vara Criminal de Alagoas, participa ...
  • 3 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Familiares dos acusados chegam à sede do Fórum do Barro Duro, em ...
  • 4 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - José Fragoso, advogado dos acusados, conversa com o juíz Maurício ...
  • 5 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Militares acusados de envolvimento na morte de PC Farias e da ...
  • 6 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Augusto Farias, irmão de PC Farias, conversa com familiares ...
  • 7 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Os policiais militares acusados de envolvimento na morte de PC ...
  • 8 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - O promotor Marcos Mousinho concede entrevista no Fórum do Barro ...
  • 9 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Leonino Tenório Carvalho (de camisa verde), testemunha de acusação ...
  • 10 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Público lota plenário do Fórum do Barro Duro, em Maceió, para ...
  • 11 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - José Geraldo (de branco), um dos militares acusados de omissão ...
  • 12 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Reinaldo Correia de Lima Filho, um dos militares acusados de ...
  • 13 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Adeildo Costa dos Santos, um dos militares acusados de omissão ...
  • 14 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Josemar Faustino dos Santos, um dos militares acusados de omissão ...
  • 15 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Os quatro acusados de envolvimento na morte do empresário Paulo ...
  • 16 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Augusto Farias, irmão de PC Farias, concede entrevista após o júri ...
  • 17 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Peritos, Fortunato Antônio Badan Palhares e Gerson Odilon Pereira, ...
  • 18 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Após uma hora de intervalo, o juiz Maurício Breda, da 8ª Vara ...
  • 19 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - Milane Valente de Melo presta depoimentos durante o segundo dia do ...
  • 20 / 30
    Beto Macário/UOL
    6.mai.2013 - Genival da Silva França, garçom de PC Farias, presta depoimento ...
  • 21 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - O juiz substituto da 8ª Vara Criminal de Alagoas, Maurício Brêda, ...
  • 22 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - Milane Valente de Melo presta depoimentos durante o segundo dia do ...
  • 23 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - Milane Valente de Melo presta depoimentos durante o segundo dia do ...
  • 24 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - Milane Valente de Melo presta depoimento durante o segundo dia do ...
  • 25 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - O juiz Maurício Brêda interroga a ex-namorada de Augusto Farias, ...
  • 26 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - Advogado de defesa José Fragoso acompanha o depoimento de ...
  • 27 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - Advogado de defesa José Fragoso acompanha o depoimento de ...
  • 28 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - O promotor Marcos Mousinho interroga a advogada Milane Valente de ...
  • 29 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - O vigia Manoel Alfredo da Silva presta depoimento no Fórum de ...
  • 30 / 30
    Beto Macário/UOL
    7.mai.2013 - O vigia Manoel Alfredo da Silva presta depoimento no Fórum de ...
Depois de cinco dias de júri popular, os quatro ex-seguranças acusados da morte do empresário Paulo César Cavalcante Farias e sua namorada, Suzana Marcolino da Silva, foram absolvidos pelos sete jurados. A decisão foi lida pelo juiz Maurício Brêda, da 8ª Vara Criminal de Maceió, na noite desta sexta-feira (10).
Os ex-seguranças Adeildo Costa dos Santos, Josemar Faustino dos Santos, José Geraldo da Silva e Reinaldo Correia de Lima Filho eram acusados de duplo homicídio triplamente qualificado --por motivo torpe, sem possibilidade de defesa da vítima e impunidade. A defesa alegou que Suzana matou PC Farias e se matou em seguida. Os quatro são policiais militares e nunca foram detidos.
As mortes de PC Farias e Suzana Marcolino ocorreram na madrugada de 23 de junho de 1996, na casa de veraneio do ex-tesoureiro de Fernando Collor de Mello, em Guaxuma, litoral norte de Maceió.
Segundo a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), eles foram omissos e não evitaram o assassinato. Nenhum dos réus foi preso durante a fase de investigação ou processual. A denúncia do MPE, porém, não aponta mandante ou autor material do crime
Em seus depoimentos à Justiça, os réus falaram pouco e jogaram a responsabilidade do crime para Suzana Marcolino, alegando que não houve uma terceira pessoa dentro da casa. O policial Geraldo chegou a afirmar que, naquela madrugada, ouviu uma briga entre PC e Suzana
Nenhum dos dois ex-seguranças que estavam na casa na madrugada do crime (Adeildo e Geraldo) afirmaram ter ouvido disparos --os outros dois militares acusados entraram no serviço para render os dois colegas por volta das 8h30 do dia da morte. Os demais funcionários na casa também alegam não ter escutado tiros.
"É aquela coisa, ninguém podia imaginar que ia acontecer uma coisa daquelas", disse Adeildo, citando queas últimas palavras de PC foram para perguntas se estava "tudo bem" na casa

Duplo homicídio

O julgamento foi marcado por um confronto de teses. Durante sua acusação aos jurados, o promotor Marcos Mousinho alegou que os seguranças sabiam que PC Farias e Suzana estavam sendo mortos, "mas não fizeram nada pra impedir." "A lei prevê a ação ou omissão que resultam em uma causa. E eles deram causa, dolosa e relevante para produção do fato [crime]", disse.
Para o promotor, a policia alagoana"trabalhou para provar um suicídio"desde o início e não investigou uma segunda linha, com a possibilidade de o casal ter sido assassinado. Por conta disso, ele alegou que o mandante do crime "nunca será conhecido." 
A tese de duplo homicídio ganhou força após a reabertura das investigações, em maio de 1997, quando o então juiz do caso, Alberto Jorge Correia, solicitou uma segunda perícia, a pedido do MPE, que descartou a possibilidade de Suzana ter se matado.
O médico-legista e professor da USP (Universidade de São Paulo) Daniel Munhoz, responsável pelo novo laudo, disse no julgamento que, ao ser morta,Suzana estava em posição de defesa, e não haveria chance de suicídio.  Além disso, havia maior quantidade de vestígios na palma da mão, ou seja, "típico de quem estava tentando se proteger."
O perito da segunda investigação, Domingo Tochetto, afirmou que o exame residuográfico não apontou para a existência de partículas metálicas oriundas de tiro mas mãos da vítima. A conclusão da perícia foi de que Suzana não teria atirado naquela madrugada. "Um tiro deixa partículas de chumbo, bário e antimônio. Mesmo lavando a pele, essas partículas metálicas permanecem por longo tempo, e não havia nenhuma nas mãos de Suzana", garantiu. 
Outro ponto alegado pela acusação foi a destruição de provas do caso. Entre elas está a queima do colchão do crime que foi feita pelo caseiro Leonino Tenório Carvalho, três dias após as mortes. Ele disse que recebeu ordens de Flávio Almeida, chefe da segurança de PC Farias, que teria recebido a autorização da polícia. Em entrevista, o promotor chegou a dizer que a arma do crime foi perdida no Fórum de Maceió.  
A irmã de Suzana, a jornalista Anna Luizza Marcolino, disse que o celular e as agendas da vítima nunca foram devolvidas pelos seguranças de PC, o que teria dificultado as investigações.  Ela também que garantiu que a irmã não teria motivo para se matar.

Sangue, corrupção e mentira marcam trajetória de PC Farias

  • 1 / 30
    Folhapress
    Paulo César Farias era o nome por trás do "Esquema PC", rede de corrupção ...
  • 2 / 30
    Sérgio Tomisaki/Folhapress
    Setembro de 1989 - Durante a corrida presidencial de 1989, o candidato à ...
  • 3 / 30
    Jorge Araújo/Folhapress
    Maio de 1992 - PC Farias, que na foto coloca óculos durante campanha eleitoral, ...
  • 4 / 30
    Ailton Freitas/Folhapress
    Junho de 1992 - O Congresso instala uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de ...
  • 5 / 30
    Lula Marques/Folhapress
    Julho de 1992 - Os petistas Aloizio Mercadante, José Dirceu e Eduardo Suplicy ...
  • 6 / 30
    Eugenio Novaes/Folhapress
    Julho de 1992 - Depoimento de Marta Vasconcellos Soares, secretária da ...
  • 7 / 30
    Ormuzd Alves/Folhapress
    Dezembro de 1993 - Após fuga que incluiu Paraguai, Argentina e Inglaterra, o ...
  • 8 / 30
    Ormuzd Alves/Folhapress
    Dezembro de 1993 - O empresário PC Farias dá entrevista no voo de retorno ao ...
  • 9 / 30
    Ormuzd Alves/Folhapress
    Dezembro de 1993 - PC Farias foi detido após ter sido avistado por um turista ...
  • 10 / 30
    Cris Bierrenbach/Folhapress
    Julho de 1994 - Morre Elma Farias, mulher de PC, enquanto ele estava preso. ...
  • 11 / 30
    Otávio Dias de Oliveira/Folhapress
    Maio de 1995 - O piloto Jorge Bandeira de Mello, ex-sócio de PC, deixa algemado ...
  • 12 / 30
    Marcelo Soubhia/Folhapress
    Junho de 1995 - PC Farias fuma cigarro na Secretaria de Justiça alagoana, onde ...
  • 13 / 30
    Marcelo Soubhia/Folhapress
    Junho de 1995 - PC Farias sai da penitenciária alagoana São Leonardo com os ...
  • 14 / 30
    Paulo Giandalia/Folhapress
    Julho de 1995 - PC Farias posa no pátio da penitenciária estadual de São ...
  • 15 / 30
    Paulo Giandalia/Folhapress
    Julho de 1995 - PC Farias dirige seu carro após dar expediente na ...
  • 16 / 30
    Paulo Giandalia/Folhapress
    Julho de 1995 - O empresário Paulo César Farias, entre os filhos Paulo e ...
  • 17 / 30
    Jefferson Rudy/Folhapress
    Novembro de 1995 - Volumes de inquérito sobre a CPMI do PC ficam arquivado na ...
  • 18 / 30
    Cleide Maia/Folhapress
    Maio de 1996 - Suzana Marcolino reconforta o namorado PC Farias durante o ...
  • 19 / 30
    Reprodução
    Junho de 1996 - Reprodução mostra foto tirada pela perícia policial dos corpos ...
  • 20 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Junho de 1996 - Irmãos de PC, Cláudio, Rogério e Augusto Farias acompanham ...
  • 21 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Junho de 1996 - Irmãos e amigos carregam o caixão do empresário à sepultura, ...
  • 22 / 30
    Ari Cipola/Folhapress
    Junho de 1996 - Técnico do Instituto de Criminalística segura croqui que mostra ...
  • 23 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Julho de 1996 - Zelador rega flores que plantou no túmulo de PC, no Cemitério ...
  • 24 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Junho de 1996 - Cinzas em baldio ao lado da casa de PC conteria colchões, ...
  • 25 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Julho de 1996 - Claudia Dantas, funcionária e sobrinha do então secretário do ...
  • 26 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Julho de 1996 - O legista Fortunato Badan Palhares (direita) e o delegado ...
  • 27 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Julho de 1996 - Augusto Farias, irmão de PC, cercado de policiais e seguranças ...
  • 28 / 30
    Juca Varella/Folhapress
    Julho de 1996 - Fortunato Badan Palhares, acompanhado por delegados e legistas, ...
  • 29 / 30
    Reprodução
    Março de 1999 - Foto de arquivo pessoal mostra o empresário Paulo César Farias ...
  • 30 / 30
    Reprodução
    Março de 1999 - Foto de arquivo pessoal mostra o empresário Paulo César Farias ...

Crime passional

A tese da defesa, de crime passional seguido de suicídio, se baseou na primeira investigação policial, que concluiu que Suzana teria matado PC por conta da iminente fim do relacionamento. Além disso, laudos apontaram que Suzana era ciumenta e com "alta tendência de suicídio." Segundo a ex-cunhada de PC Farias, Milane Maia, PC e Suzana "contavam rindo" sobre as constantes brigas pelo ciúme dela
A defesa alegou que o perfil de Suzana, aliado à iminente separação, comprovam a tese de crime passional. "Suzana estava vendo o 'castelo ruir' e matou PC. Ela dizia a todo mundo que queria um namorado rico, e ia perder", alegou o advogado José Fragoso Cavalcanti. A tese também que levou em conta perícia feita por uma equipe que tinha como principal responsável o médico-legista Badan Palhares, da Unicamp.
Segundo Palhares, a conclusão de que houve homicídio seguido de suicídio veio, entre outros pontos, após análises de manchas de sangue que ficaram no corpo de Suzana. Além disso, a posição do tiro e a falta de elementos de que uma terceira pessoa esteve dentro do quarto do casal reforçam a tese.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O autor desse Blog não se responsabiliza pelos comentários aqui postado. Sendo de inteira responsabilidade da pessoa que o fez as consequências do mesmo.