Após receber denúncia da Associação dos Praças e Familiares da Polícia e Bombeiro Militar do Estado de Rondônia (Assfapom) de que a morte do aluno do curso de formação de bombeiros, Aussiner Dutra Ferreira, teria ocorrido devido a abusos cometidos pelos coordenadores do curso, a 20ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Rondônia informou que está apurando o caso e que, se confirmada a denúncia, os responsáveis podem responder por crime de tortura seguida de morte e homicídio culposo.
Jesuíno Boabaid, presidente da Assfapom, diz que a associação abriu uma investigação por conta própria e que testemunhas que presenciaram o fato e relataram os abusos por parte do coordenador do curso.
Aussiner e os demais companheiros de curso estariam realizando exercícios dentro da piscina a cerca de três horas, quando por volta das 13h, quando já estavam sendo liberados por um auxiliar, receberam o comando do coordenador do curso para que continuassem dentro da piscina, realizando novos exercícios.
De acordo com Jesuíno, Aussiner apresentava sinais de cansaço assim como outro colega. “Neste momento,  o tenente ordenou que ninguém tocasse neles, que eles teriam que se virar sozinhos. Um conseguiu alcançar a borda da piscina, mas o aluno Dutra afundou”, relata o presidente da associação.
Os dois alunos chegaram a receber atendimento médico, mas Aussiner já teria sido retirado da piscina desacordado. “Tentaram reanimar, mas ele não resistiu, já tinha engolido muita água”, conta Boabaid.
Na ocasião, a corporação informou que o aluno teria sido vítima de um mal súbito, mas no atestado de óbito está registrada como morte por afogamento acidental. De acordo com o advogado e amigo da família que acompanha o caso, Francismar Landi, as respostas para a morte de Aussemir Dutra virá com a divulgação do laudo, que deve sair nos próximos dias. "A família espera apenas que o caso seja investigado que se for comprovada alguma falha humana, que o responsável seja punido, para que isso não venha a acontecer com outras famílias", diz o advogado.
Segundo o presidente da Assfapom, os alunos que participavam do treinamento no dia do ocorrido estariam sendo coagidos por superiores para não testemunhassem sobre o caso. Ele afirma ainda que todos os depoimentos ouvidos foram gravados em DVD e será encaminhado ao MP para auxiliar nas investigações, assim como a identidade das testemunhas, que será mantido em sigilo por motivo de segurança.
De acordo com o promotor de Justiça Alan Castiel Barbosa, as denúncias deverão ser apuradas pela Polícia Judiciária.
Por telefone, a assessoria do Corpo de Bombeiros informou que só vai se pronunciar sobre o caso após a liberação do laudo da morte do aluno, que, inicialmente, estava previsto para sair na segunda-feira (21).
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