Informação policial e Bombeiro Militar

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

PMs são acusados de falsificar documento.

PM falsifica assinatura de mãe para ficar impune

Policiais militares falsificaram o depoimento da mãe de Thiago Júnior da Silva, de 16 anos, na apuração interna da corporação sobre o assassinato do adolescente, afirmam o Ministério Público e a Polícia Civil. Quatro soldados do 31º Batalhão (Guarulhos) são apontados pela investigação como responsáveis pelo crime. A reportagem é do jornal Diário de S. Paulo.

No documento, supostamente assinado pela vendedora Eliana da Silva, de 38 anos, ela afirma ter visto o filho ser abordado e liberado pela PM. O depoimento teria sido prestado na sede do 31º Batalhão em 18 de março de 2011, dia em que o corpo de Thiago foi encontrado com um tiro no pescoço em meio a um matagal no Parque Santos Dumont, em Guarulhos.

Acontece que Eliana nunca esteve em um quartel da PM para depor sobre a morte de seu filho. Para a Polícia Civil, ela relatou exatamente o contrário. Disse que estava trabalhando no horário em que Thiago sumiu, mas os vizinhos contaram que o viram pela última vez no camburão de uma viatura da PM.

O depoimento de Eliana que integra o inquérito policial militar foi submetido a análise do Instituto de Criminalística. Após confrontar o documento com uma assinatura verdadeira da vendedora, a perícia concluiu tratar-se de uma “falsificação grosseira”. O laudo, assinado pela perita Maria Isabela Martello Moreno, atesta que há “divergências ao longo de todo o traçado”.

Com essa prova técnica, a investigação pretende enviar o caso para que a Justiça Militar apure o crime de falsidade ideológica cometida dentro do batalhão.

PMs estão na rua

Os soldados Paulo Henrique Bastos, Edilson Luís de Oliveira, Edinaldo Alves da Silva e Fabio Henrique da Silva tiveram a prisão temporária decretada em 20 de abril deste ano, quando a autoria do crime foi esclarecida pelo Setor de Homicídios de Guarulhos.

Um dia depois, o tenente-coronel Antonio de Mello Bellucci, à época comandante do 31º Batalhão, entrou com um pedido de habeas corpus para os indiciados, em uma atitude considerada “inusitada” por especialistas em segurança pública e pela própria Polícia Militar.

Em sua alegação ao Tribunal de Justiça, Bellucci afirmou que o fato de os seus comandados andarem armados pelo bairro onde Thiago foi morto não significa que as testemunhas seriam ameaçadas. O oficial cita ainda o falso depoimento da mãe da vítima como argumento de defesa aos policiais.

Atualmente na reserva, Bellucci era o responsável pelo 31º Batalhão quando o documento foi falsificado. O tenente e o sargento responsáveis por tomar o falso depoimento respondiam diretamente a ele. Eliana viu as fotos desses dois policiais e não os reconheceu, mais um indicativo de que nunca esteve no quartel da Polícia Militar.

Os quatro soldados continuam patrulhando o Parque Santos Dumont e a população diz se sentir acuada com a presença deles. Procurado, Bellucci não quis se manifestar.

Erro da polícia envolve ‘figurões’ da corporação

“Percebi a iminência de uma injustiça contra os policiais e resolvi intervir”, declarou à epoca o tenente-coronel da reserva Antonio de Mello Bellucci sobre sua representação de habeas corpus que libertou os quatro PMs suspeitos de executar Thiago.

Para a investigação, o falso depoimento da mãe da vítima, feito dentro do batalhão comandado por Bellucci, induziu o Tribunal de Justiça ao erro. Figura respeitada em Guarulhos, o oficial foi procurado por meio da assessoria de imprensa da corporação e não quis se manifestar.

Outro policial que negou entrevista ao DIÁRIO foi o coronel Rui Conegundes de Souza. Atual corregedor da Polícia Militar e responsável por todas as apurações internas da corporação, ele era o comandante da PM de Guarulhos quando a falsificação ocorreu. O advogado Alexandre Sanchez Palma, representante dos PMs suspeitos, afirma que os soldados negam as acusações e a novidade na investigação não interfere em sua defesa.


A Secretaria da Segurança Pública informou que o secretário, Antonio Ferreira Pinto, “já havia tomado conhecimento do caso e determinou a imediata apuração dos fatos no âmbito da Polícia Militar”.

Fonte: adpesp

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