Falta de segurança afeta passageiros de ônibus da Região Metropolitana do Recife
Publicado em 27.01.2015, às 11h26
Atualizado em 27.01.2015, às 12h16
Só no ano de 2014, quase 1.400 assaltos a ônibus foram registrados pela Secretaria de Defesa Social
Foto: Reprodução / TV Jornal
Lorena Barros
Do JC Trânsito
Em época de aumento de passagens de ônibus, a qualidade do transporte público da cidade passa a ser ainda mais questionada. Um dos pontos abordados por passageiros de toda a Região Metropolitana é a questão da segurança dentro dos coletivos.
Casos de assaltos são constantes na cidade e ocorrem das mais diversas formas. Muitos passageiros evitam utilizar o transporte em horários de menor movimento, e boa parte deles tem mais de uma história de assalto para contar.
A estudante Karina Vaz, 37 anos, já foi assaltada duas vezes em Olinda, uma no ano de 2011 e a outra no mês de setembro de 2014. Nos dois casos, dois assaltantes entraram pela porta traseira do coletivo, à luz do dia, e anunciaram o assalto. Karina afirma que os assaltos estão presentes não só na sua rotina, como na rotina dos seus colegas de faculdade, que se queixam dos constantes assaltos nas imediações da Universidade Federal de Pernambuco. Nas redes sociais, internautas afirmam que os ônibus que circulam pelos entornos da universidade, principalmente na BR-101, são constantes focos de assalto.
De acordo com as vítimas, porém, os assaltantes não parecem seguir um padrão específico e praticam os atos sem se importar com a hora, local ou até mesmo com a quantidade de passageiros nos coletivos. Dados da Secretaria de Defesa Social registraram, no ano de 2014, 1.359 ocorrências de assalto a ônibus nas dez áreas de segurança da Região Metropolitana do Recife.
O estudante Felipe Manoel da Silva, 29, afirma que ainda pior que o assalto é o trauma deixado pelo ocorrido. Ele estava seguindo de Olinda para o seu curso preparatório, no Centro do Recife, por volta das 14h, quando seu ônibus foi assaltado, nas imediações da entrada de Cidade Tabajara, em Olinda. Segundo ele, o nervosismo dos dois assaltantes o poupou de perder seus bens materiais: "pediram o celular dos passageiros, mas eles não roubaram o meu porque estavam tão nervosos que nem conseguiram pegar o de todos", diz Felipe, que afirma que a ação foi rápida e violenta e uma passageira chegou a ser ameaçada de morte por demorar a entregar os seus pertences. Desde então, qualquer movimentação diferente dentro dos coletivos deixa o estudante em alerta.
A também estudante Lara Tôrres, 18, também foi assaltada dentro do ônibus, mas de uma forma diferente: enquanto ela trocava mensagens no celular, o coletivo parou para a descida de passageiros no bairro do Ipsep, na Zona Sul da capital. Neste momento, o homem que estava sentado ao lado da estudante tomou o seu celular e desceu correndo. Um boletim de ocorrência foi prestado na Delegacia da Várzea. A estudante entrou com uma ação judicial contra a empresa de ônibus e aguarda a sentença, que deverá sair nesta quarta-feira (28).
O delegado adjunto da Delegacia de Roubos e Furtos de Recife, Vinícius Moraes, informou que prestar o boletim de ocorrência após o assalto é essencial para a manutenção das estatísticas da polícia. Além disso, algumas dicas de segurança foram apontadas pelo delegado:
1. Evitar ficar em pontos de ônibus isolados, principalmente à noite.
2. Dar preferência aos pontos de ônibus com boa iluminação, em frente a escolas, centros comerciais.
3. Em ônibus com poucos passageiros, evitar sentar ao fundo.
4. Evitar sentar próximo à catraca.
5. Ficar atento a movimentações estranhas e descer no próximo ponto de ônibus, avisando sobre o ocorrido à polícia imediatamente.
6. Caso o ônibus seja assaltado, não reagir, manter a calma, acatar o que o criminoso pede e evitar ficar argumentando (argumentar com o assaltante pode causar agressividade por parte dele).
7. Evitar encarar o assaltante (pois isso pode ser interpretado como uma ameaça).
8. No caso dos metrôs, evitar viajar em vagões vazios e descer em estações com passarelas estreitas, principalmente se não tiver fiscais e se for local isolado ou mal iluminado.
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