Segundo delegado, tenente estava bêbado e pistola não tinha identificação. Caso estremeceu relações entre as Polícias Civil e Militar, em Goiânia.
Do G1 GO com informações da TV Anhanguera
O tenente Edson Lins, da Polícia Militar, negou nesta quarta-feira (10) que estivesse portando uma arma em situação irregular, no último sábado (6), quando foi detido em uma boate de Goiânia durante sua folga. A detenção foi feita pelo delegado da Polícia Civil Waldir Soares, titular do 8° Distrito Policial, e teria ocorrido pelo fato do policial estar embriagado e com uma pistola nove milímetros sem identificação.
O policial negou que estivesse embriagado quando foi detido. "Não há nenhum indicio que havia bebido. Eu não havia bebido e vou continuar afirmando isso até o final", justificou. O incidente gerou polêmica e estremeceu a relação entre as Polícias Civil e Militar do estado.
Segundo o tenente, a documentação da arma foi apresentada no mesmo dia do ocorrido. "Toda documentação, o porte e a identidade funcional foram cedidas tanto ao delegado, como para as Corregedorias Geral da Polícia e da Polícia Civil, como também ao Ministério Público", afirma.
Edson Lins, que trabalha no comando do policiamento da região do Entorno do Distrito Federal, alegou que a legislação o permite portar a arma tanto em serviço como também quando está de folga.
A advogada da Associação dos Oficiais da PM, Rosângela Magalhães, informou que vai entrar com uma ação contra o delegado por danos morais. "As condutas do delegado quando ele diz que o tenente estava embriagado, que é bandido, são injuriosas e difamatórias. Elas vão contra a honra dele", explica.
O delegado Waldir Soares discorda das explicações do tenente. Para ele, segundo a lei, o policial não poderia estar armado na sua folga. "Neste caso específico, ele mantinha a arma na cintura, o que é vedado pela lei, exceto se ele estiver em serviço", diz.
Segundo o delegado, o registro ou a cautela só foi mostrado dias depois de a conduta criminosa ser consumada, quando ele estava na boate.
Polêmica
A prisão do oficial tornou polêmica a relação entre as Polícias Civil e Militar. A PM emitiu uma nota de repúdio ao comportamento do delegado.
A prisão do oficial tornou polêmica a relação entre as Polícias Civil e Militar. A PM emitiu uma nota de repúdio ao comportamento do delegado.
Algumas horas após a detenção, 18 carros da polícia com cercaram o 8º DP para protestar . A alegação era de que a conduta de Waldir Soares era abusiva.
Na segunda-feira (8), dois dias depois da prisão, o delegado afirmou que um comboio policial tentou intimidá-lo passando em frente à delegacia (veja vídeo acima) . Por conta deste fato, o PM suspeito de comandar a ação foi afastado.
Por causa dos acontecimentos, o delegado Waldir Soares abriu três inquéritos. Um para apurar a falta de registro da arma, outro pelo constrangimento causado com a presença dos policiais na porta da delegacia, e o último em para investigar a tentativa de intimidação da Rotam.
O promotor Vinícius Marçal, do Centro de Apoio Criminal (CAO) do Ministério Público, lamentou o episódio entre as forças de segurança. Ele disse que pediu à Corregedoria para da PM que apure se houve tentativa de intimidação.
Marçal também recebeu um pedido do tenente detido para apurar se ocorreu abuso de autoridade por parte do delegado.
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