Informação policial e Bombeiro Militar

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre a invasão da Câmara dos Deputados por PMs, Policiais Civis e Agentes Penitenciários.

Policiais prometem acampar no salão verde da Câmara

Eduardo Militão

Os cerca de 200 policiais que, após violência, invadiram o salão verde da Câmara nesta terça-feira (17) prometem passar a noite acampados no local. Eles querem a votação e a aprovação de duas propostas de emenda à Constituição. A PEC 300 cria o piso nacional dos policiais civis e militares e bombeiros no país. A PEC 308 transforma os agentes prisionais em “policiais penais”.

De acordo com o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Polícia Civil, Jânio Gandra, eles vão ficar acampados no local até as PECs serem votadas. Ele culpou os líderes do governo e da oposição pelo tumulto.

“Estamos ocupando pacificamente. Amanhã, está marcada uma sessão às 14h, mas sabemos que não vai dar quorum. Estão brincando com dinheiro público”, afirmou Gandra.

O presidente da entidade demonstrou desconfiança nos atuais deputados. E afirmou que não se importará se, em represália à invasão, os parlamentares rejeitarem as PECs ou deixarem-nas na gaveta. “Nós não fazemos questão que esses parlamentares votem”, deu de ombros Gandra. “Podem rejeitar, podem deixar de votar, que será mais um desserviço dessa Casa.”


Desconhecimento

Gandra disse que os policiais invadiram com o objetivo de entrarem na galeria do plenário. Entretanto, a sessão já havia terminado quando os manifestantes invadiram o local. “Mas a gente não sabia”, garantiu Gandra.

O presidente da entidade chegou a dizer que não houve violência. “Eles bateram. Vocês não viram”, disse Gandra. Questionado sobre o empurra-empura, ele justificou: “Claro, a gente queria entrar e eles não deixaram”.


Câmara vai investigar agressores de dois seguranças


Manfestantes a favor de PECs invadem Câmara após esforço concentrado não resultar em votaçõs. PM vai reforçar segurança externa na quarta-feira. Michel Temer pede cautela para evitar mais violência


Eduardo Militão e Fábio Góis

A Câmara dos Deputados vai investigar os agressores de dois seguranças da Casa, feridos no confronto com manifestantes que pressionam pela aprovação das PECs 300 e 308. Na noite desta terça-feira (17), após violência de ambos os lados, os manifestantes invadiram o salão verde da Câmara após os deputados, que prometiam um esforço concentrado, encerrarem a sessão sem votar nada.


Com violência, policiais pró-PEC 300 invadem a Câmara

De acordo com o diretor da Secretaria de Comunicação (Secom) da Casa, Sérgio Chacon, a Polícia Legislativa vai tentar identificar os agressores e buscar indiciá-los. Uma hora depois do conflito, os seguranças já analisavam as câmeras do circuito interno da Casa para avaliar a situação.

“Meu amigo levou cintadas na cabeça”, disse um agente ao Congresso em Foco. Segundo Chacon, um servidor da Casa levou “várias pancadas na cabeça” e está em observação no serviço médico da Câmara, embora aparentemente não tenha acontecido nada grave. O outro segurança também está no serviço médico.

O diretor do Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara, Valério Silva, disse que, no momento da ocupação, os manifestantes eram cerca de 300, e apenas 70 de seus homens estavam à disposição para tentar impedir a entrada de policiais no Salão Verde. “O confronto corpo a corpo é perigoso. Tentamos segurar, mas estávamos em número inferior e não teve jeito. Então, resolvemos deixá-los entrar”, declarou.

Valério disse que já sabia da intenção dos policiais em entrar nas dependências da Câmara, mas que, diante do tumulto e da rapidez dos acontecimentos, não teve efetivo suficiente para impedir a manifestação.

Reforço da PM

Chacon disse que a Polícia Militar do Distrito Federal vai reforçar a segurança externa da Câmara amanhã, no segundo dia do prometido esforço concentrado dos deputados – justamente para votar propostas como a PEC 300, que cria piso salarial dos policiais e bombeiros.

O diretor da Secom afirmou que não haverá expulsão dos manifestantes que prometem acampar no salão verde, mas apenas uma tentativa de enfraquecer o movimento evitando que mais pessoas entrem na Câmara. “Aqui dentro, eles estão se comportando civilizadamente.”

O presidente da Câmara, Michel Temer, foi avisado do tumulto pelo diretor geral, Sérgio Sampaio. “Ele demonstrou preocupação em não haver nenhum tipo de violência”, narrou Chacon. Temer chegou na noite de hoje em Brasília, mas ficou em sua casa porque não havia acordo para as votações.


Manifestantes acusam Câmara de usar arma elétrica


Fábio Góis e Eduardo Militão

Manifestantes que lutam pelas PECs 300 e 308 relataram ao Congresso em Foco que a Polícia Legislativa da Câmara usou arma elétrica no confronto da noite desta terça-feira (17). Um deles mostrou à reportagem as marcas do que pode ter sido um choque.

No momento da confunsão, o Congresso em Foco presenciou um segurança da Câmara utilizar um equipamento que emita luzes contra manifestantes. Procurado, o policial negou que estivesse de posse de uma arma elétrica. O diretor da Polícia Legislativa, Valério Silva, também negou, assim como o diretor de Comuicação da Casa, Sérgio Chacon.

De acordo com informações extra-oficiais, a Câmara possui armas elétricas. Ela são chamadas de “taser”. O equipamento emite choques que derrubam a pessoa e a mantêm imobilizada por 20 segundos. É o tempo para algemá-la. A arma tem alcance de cerca de três metros. Um segurança ouvido pelo Congresso em Foco afirmou que o equipamento não poderia ter sido usado em um tumulto.

A “taser” serve para abordar uma pessoa apenas, sem a presença de multidões, explicou o segurança

Policial diz que foi estrangulado em manifestação

Fábio Góis

O confronto físico entre policiais e agentes da Polícia Legislativa da Câmara acabou mal para um dos líderes da manifestação em curso no Salão Verde da Casa – inconformados com a falta de votações no esforço concentrado da Câmara, manifestantes a favor da aprovação de piso salarial ocupam o local, ao lado do plenário, e dizem que lá amanhecerão. Com o maxilar deslocado, o coordenador do Movimento pela Aprovação da PEC 308 (fixa o piso salarial para servidores da segurança pública da área penal), o agente Fernando Anunciação disse ao Congresso em Foco que só deixará a Câmara “morto”.

“Houve enfrentamento. No meio da confusão, fui enforcado por um segurança da Câmara, que foi me arrastando e tentando me tirar daqui”, resumiu o agente prisional, levando as mãos ao maxilar vermelho e inchado. Com expressão de sofrimento e dificuldade para falar, Fernando precisou de uma palavra para descrever a intensidade da dor que sente no rosto. “Bastante.”

Houve embates violentos entre agentes da segurança pública e policiais legislativos, tudo registrado por câmeras fotográficas e de TV, sob o olhar de dezenas de profissionais da imprensa.

Dezenas de curiosos – entre servidores do Legislativo e visitantes – acompanhavam tudo à distância, entre flashes e comentários de incredulidade.

Cercado por cerca de 100 policiais (eram cerca de 300 no momento da ocupação), que empunhavam uma bandeira do Brasil e gritavam palavras de ordem, Fernando criticou a falta de empenho de deputados em votar as proposições pendentes na pauta. Ele centrou os ataques nos líderes de bancada – a quem cabe fechar acordos de votação – e no próprio presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Tendo prometido por mais de uma vez concluir a deliberação das PECs 300 e 308, Temer não compareceu à Casa nesta terça-feira (17).

“Isso se chama deputado federal. Líderes partidários que não têm responsabilidade com a classe, com o trabalhador. Isso é um absurdo, um descaso com o trabalhador da segurança pública. Por incrível que pareça, o Temer sequer veio hoje”, protestou Fernando, criticando a ação dos policiais da segurança privada institucional. “É trabalhador agredindo trabalhador.”



Fonte: Congresso em Foco http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=34058

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