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sábado, 17 de abril de 2010

JC online: Crise na SDS compromete o Pacto pela Vida

Publicado em 17.04.2010, às 09h50

Do Jornal do Commercio

A Secretaria de Defesa Social (SDS) registrou, nos primeiros 14 dias de abril, 177 homicídios. É o início de mês mais violento no período de um ano. Na última quinta-feira, pela terceira semana consecutiva, não houve a reunião de monitoramento do Pacto pela Vida. Esses dois fatos inegáveis são consequência direta de um problema que o governo tentou esconder: uma grave crise entre o secretário de Defesa Social, Servilho Paiva, e o comandante da Polícia Militar, coronel José Lopes. A relação entre os dois nunca foi amistosa, mas se deteriorou de uma vez no fim de março, durante o processo de negociação salarial dos militares.

O problema de relacionamento na SDS provocou, ontem à noite, uma reunião da cúpula da Defesa Social com o governador. Depois de duas horas de encontro, no Palácio do Campo das Princesas, da qual participaram Servilho Paiva e o secretário-executivo Cláudio Lima, Eduardo Campos tomou uma atitude para tentar administrar a crise. Decidiu manter Servilho e Lopes nos cargos. Antes mesmo da reunião, informalmente, fontes palacianas garantiam que o governador iria manter o secretário e o comandante da PM. A falta de clareza nesse assunto tem provocado exatamente o que Eduardo Campos menos quer em um ano eleitoral, instabilidade em uma pasta que vem sendo utilizada como vitrine.

Com a decisão, o governador tenta contornar um problema que ficou evidente no dia 26 de março. Nesse dia, o coronel José Lopes, portando um documento assinado por vinte outros coronéis, aproveitou uma cerimônia no Palácio do Campo das Princesas para falar diretamente com o governador sobre o reajuste oferecido à PM. Ao final da cerimônia, José Lopes se dirigiu sozinho ao gabinete do governador. Servilho Paiva ficou no salão dando entrevistas. Questionado sobre o pleito dos PMs, o secretário classificou a atitude do comandante como extemporânea. Dois dias depois, o governo incrementou o reajuste dos militares.

José Lopes confidenciou aos amigos de farda que só procurou diretamente o governador, porque teria sido ignorado pelo secretário. Na segunda-feira seguinte à reunião, o comandante participou de uma assembleia dos militares, no Derby. No ato, ele pediu um voto de confiança aos colegas de farda, com a garantia de que após as eleições o assunto reajuste voltaria a ser prioridade. No mesmo dia, a categoria promoveu uma passeata até o palácio, gritando: “Fora Servilho”.

Para o secretário, a situação teria chegado ao limite no momento em que ele foi excluído da negociação salarial. “Pelo temperamento de Servilho, todo mundo sabe que ele não engoliu a postura de José Lopes, de jeito nenhum”, afirmou um assessor do secretário, que preferiu não ser identificado.

O JC procurou ontem o secretário e o comandante da Polícia Militar, mas nenhum dos dois quis se pronunciar.O gestor do Pacto pela Vida e secretário de Planejamento, Geraldo Júlio, também foi procurado para justificar as três semanas seguidas sem reuniões de monitoramento e o aumento da violência. Ele foi mais um que evitou comentários sobre o tema.

Fonte: http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/pernambuco/noticia/2010/04/17/crise-na-sds-compromete-o-pacto-pela-vida-219493.php  

Um comentário:

  1. Se os dois saírem ou ficarem, não faz diferença nenhuma, pois quem vai pra rua combater a marginalidade são as praças que tiverão um aumento salarial vergonhoso!

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