O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) de Londrina, no norte do Paraná, Katsujo Nakadomari, transferiu Luiz Abi da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II) para uma sala do Corpo de Bombeiros. Segundo o magistrado, a transferência se deu pelo parentesco do preso com o governador do estado, Beto Richa (PSDB), e foi considerada uma medida de segurança do detento.
Abi está preso desde segunda-feira (16) por suspeita de fraude em licitações para o conserto de carros oficiais do Governo do Paraná. Ele foi transferito da PEL II na quarta-feira (18).
“O momento político não é apropriado para que um parente do chefe do Executivo fique dentro do sistema carcerário. Foi apenas pela segurança do custodiado. Ele continua preso, sem qualquer privilégio, sem televisão, sem rádio, sem nada. As visitas serão reguladas da mesma forma. A preocupação é com a situação, com a segurança dele e também da unidade. Para quem conhece o sistema penitenciário, qualquer motivo pode originar uma rebelião. Eu preciso ser cauteloso”, justifica o juiz.
Abi foi preso junto com outras três pessoas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele é suspeito de participação no superfaturamento e desvio de recursos em licitações no Departamento de Transporte Oficial (Deto) do Governo do Estado, de acordo com o Gaeco.
O parentesco dele com o governador é confirmado no site do PSDB. O governo estadual, no entanto, afirma que ele é apenas um parente distante.
Por lei, Abi teria direito a cela especial, pois tem curso superior e está preso preventivamente, conforme o juiz da VEP. O direito a essa sala especial só é concedido para advogados, quando estes são presos provisoriamente. Como em Londrina não há uma sala para receber esses tipos de presos, as transferência são feitas para salas do Corpo de Bombeiros.
Nakadomari explica que o mesmo procedimento é realizado em outros casos. “A partir do momento que um policial militar é preso, que um parente de um policial, civil ou militar, é preso, eles também merecem isolamento. Porém, como não há um local na própria penitenciária que permite isso, eu preciso recorrer à Polícia Militar para que isso seja feito”, esclarece.
Até a publicação desta reportagem, o G1 não conseguiu localizar o advogado de Luiz Abi, Marcello Alvarenga Panizzi
Se perguntar ao Sr.MM Juiz de Direito como foi a pecaria, será que ele declararia quantos peixes ele pescou?
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