Informação policial e Bombeiro Militar

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Promotoria Militar diz que população não deve entrar em pânico



Armando Brasil diz que existem muitos boatos espalhados pela internet.
OAB e Ministérios Públicos cobram apuração de homicídios.


Do G1 PA

Promotor Armando Brasil diz para população não entrar em pânico (Foto: Reprodução / TV Liberal)Promotor Armando Brasil participou de coletiva e
disse para população não entrar em pânico
(Foto: Reprodução / TV Liberal)


O promotor da Justiça Militar Armando Brasil participou de entrevista coletiva nesta quarta-feira (5) e pediu que a população de Belém não se deixasse influenciar por informações exageradas compartilhadas em redes sociais. "A população não deve entrar em pânico. Há muitas pessoas se aproveitando da situação e espalhando boatos pela internet, tentando criar uma situação de caos. São vídeos, áudios e fotos que não têm relação com os fatos ocorridos ontem e que estão sendo forjados para disseminar o pânico", disse Brasil.
Há muitas pessoas se aproveitando da situação e espalhando boatos pela internet, tentando criar uma situação de caos"
Armando Brasil, promotor da Justiça Militar
Apesar de tranquilizar a população, a promotoria afirma que as ocorrências registradas durante a noite de terça-feira (4) e madrugada de quarta, quando 10 pessoas morreram em Belém - incluindo um Policial Militar - estão sendo apuradas. "O Ministério Público do Pará, por meio da Promotoria de Justiça Militar, já está acompanhando junto à Corregedoria-Geral da Polícia Militar as investigações. Se ficar confirmada a participação de policiais da corporação nesses crimes, será movida a devida ação penal, bem como os envolvidos podem ser expulsos, pois vou requisitar a instalação do conselho de disciplina”, disse Brasil.
O Ministério Público Federal informou que, pela gravidade da situação, também deve investigar as ocorrências de crimes registradas durante a noite, já que pelo menos seis apresentam características de execução. O órgão está reunindo informações e deve se posicionar oficilamente nesta quarta.
OAB enviou ofício para a Secretaria de Seguranlça Pública do Pará (Foto: Divulgação/ OAB)OAB enviou ofício para a Secretaria de Segurança
Pública do Pará (Foto: Divulgação/ OAB)
OAB pede providências
A Ordem dos Advogados do Brasil - SeçãoPará encaminhou um ofício ao secretário de segurança Luiz Fernandes Rocha para solicitar informações detalhadas sobre as mortes que aconteceram durante a noite de terça-feira (4) em Belém. O órgão também solicita que os fatos sejam investigados de forma rigorosa para esclarecer as circunstâncias que resultaram na morte confrimada de um policial e nove pessoas.
Segundo a Ordem, cópias do documento foram enviada para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, Conselho Federal da OAB e ao Ministério da Justiça.

Entidade de direitos humanos lamenta mortes
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescente do Pará (Cedca) emitiu uma nota oficial lamentando a chacina em Belém. De acordo com o texto, "o número exato de pessoas assassinadas e/ou baleadas ainda está sendo apurado, porém, já é possível identificar que entre as vítimas existem adolescentes e jovens, que tiveram suas vidas ceifadas com características de extermínio por pessoas ainda não identificadas", disse o órgão. De acordo com o IML, uma das vítimas era um jovem de 16 anos identificado como Eduardo Galucio Chaves.

"Genocídio por capítulos"
Na última segunda-feira (3) Belém esteve no centro do debate sobre a violência na América Latina, quando recebeu uma reunião do Comitê Permanente da América Latina para a Prevenção do Crime da ONU.

Durante o evento, o ministro da Suprema Corte da Justiça na Argentina, Eugenio Raúl Zaffaron, disse que o crime precisa ser estudado e entendido em toda a América Latina. "Qual é o interesse máximo, o interesse dos povos, das pessoas, da dignidade humana? O interesse por continuar o genocídio por capítulos? Interesses populares, interesses do poder financeiro? O que acontece com a nossa violência é resultado disso, estamos pagando com mortos, essa é a nossa realidade", criticou.

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