Ministério vai lançar 'cartilha' para ação da polícia em protesto
O Ministério da Justiça prepara o lançamento de uma espécie de "manual da tropa de choque" para padronizar a ação policial em protestos, orientando sobre o uso de jato de água e de tinta, tiros de bala de borracha apenas abaixo da cintura e emprego de cães e da cavalaria.
Elaborado oficiais da Polícia Militar de todo o país depois da onda de protestos de junho do ano passado, o guia foi entregue ao ministério há pouco mais de um mês pelo Conselho Nacional dos Comandantes-gerais da PM e dos Bombeiros.
"Agora estaremos transformando isso em aulas práticas para multiplicadores. Vamos encadernar, para que seja um manual do policial. São as regras para a proteção do policial e da sociedade", afirma Regina Miki, que comanda a secretaria nacional de segurança pública do ministério.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Os policiais fardados, por sua vez, deverão estar identificados com nome nos uniformes ou número nos capacetes. Também foi definido uma lista de equipamentos básicos para a segurança da tropa: capacete com viseira, protetor de nuca, cotoveleira e tornozeleira, escudo, colete e bastão de 90 centímetros.
Foram listados ainda armamentos de menor potencial ofensivo como balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, redes, espumas aderentes e dispositivos sonoros.
"O principal objetivo é dispersar sem causar dano físico", afirma o coronel Silanus Mello, subcomandante da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e coordenador do grupo que definiu diretrizes a serem seguidas pelas polícias durante distúrbios civis.
Segundo ele, a ideia era não ferir as doutrinas nem interferir nas peculiaridades das polícias nos Estados, mas sim orientar e padronizar procedimentos que já são adotados pelas tropas.
A orientação continua sendo esgotar todos os canais de negociação antes do uso progressivo da força. O guia vale não apenas para protestos de rua como também em qualquer situação em que a tropa de choque seja mobilizada –até mesmo em de casos de "rolezinhos" que descambem para violência por parte dos participantes.
Trata-se, contudo, de uma reação aos protestos de junto, quando cada polícia adotou procedimento próprio, e uma tentativa de capacitar policiais para garantir a segurança durante a Copa.
O Ministério da Justiça estima que até junho mais de 40 mil profissionais de segurança pública estarão treinados para a Copa, num investimento que ultrapassa os R$ 29,2 milhões em dois anos.
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