O secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, deixou claro durante uma visita ao Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, neste domingo (4), que não gostou da decisão do comandante da PM, Erir Ribeiro Costa Filho, de anistiar todos os policiais que cometeram crimes de "menor potencial ofensivo" desde 2011. Ele disse que vai pedir explicações ao comandante e que, dependendo do que for dito, pode até revogar a anistia.
"Da forma que foi colocado, eu não gostei. Precisamos entender e a sociedade mais ainda, para entender quais são essas infrações", disse Beltrame, que ainda contou ter sido pego de surpresa pela decisão.
O encontro com o prefeito de Duque de Caxias , Alexandre Cardoso, e com o comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Ranulfo Souza Brandão, foi para conversar sobre a ocupação policial no Complexo da Mangueirinha.
Segundo Beltrame, a decisão de criar um destacamento de proximidade na região da Mangueirinha faz parte da vinculação com o Batalhão e que é talvez um passo anterior a uma UPP. 
"O policiamento de proximidade vem dando certo em pelo menos seis ou sete lugares no estado. E isso tem de acontecer independente de reação ao tráfico nesses locais", finalizou Beltrame. Ele ressaltou também que a criação da companhia destacada não adia a ocupação do complexo da Maré.
Formação de policiais 
Beltrame falou ainda que o Rio de Janeiro forma, atualmente, 400 policiais militares por mês. Segundo eles, esses profissionais vão reforçar, por exemplo, o policiamento na Baixada Fluminense, região que ainda não possui uma UPP. "Essa formação vai preencher esses espaços. Mas isso não vai acontecer do dia pra noite", disse.
Sobre o policiamento de proximidade na Mangueirinha, Beltrame disse que essa é a tendência da segurança publica no Rio de Janeiro." As policias militar e civil foram jogadas à guerra, inclusive em lugares como esses. Mas com a UPP e os destacamentos, o policial presta um serviço público. E, com essa mudança, o tipo de policiamento tem que ser diferente" explicou o secretário.
O comandante do 15º Batalhão, coronel Brandão, reforçou as palavras de Beltrame e destacou que os 180 homens que farão parte do destacamento, cujo comando será do tenente Fernando Barbosa, virão de outras UPPs. "Com isso, eles têm um carinho maior com a comunidade carente, um tato maior", finalizou Brandão.
Caso Amarildo 
Sobre o caso de Amarildo, o secretário de Segurança Beltrame informou que houve avanços no combate à criminalidade na Rocinha. "Neste momento, a polícia está entregando intimações lá. Quando que se podia imaginar isso há alguns anos?", questionou.
Anistia de policiais 
A Polícia Militar informou neste sábado (3) que a anistia aos integrantes da corporação concedida pelo comandante-geral da corporação, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, não inclui os atos cometidos durante as manifestações. Em nota, a PM informou que a anistia foi apenas a policiais punidos administrativamente, como em casos de atraso, faltas ou ausências não justificadas.
De acordo com a corporação, os episódios mais graves continuam sob Conselho de Disciplina, como os casos de corrupção ou de homicídios. O comando geral da PM explicou que “a dispensa do cumprimento da prisão de detenção se refere ao fato de a Polícia Militar ter cumprido escalas de serviço mais extenuantes nos últimos dois meses”.
Segundo a PM, durante a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e as manifestações, os policiais trabalharam em escala 24×24 horas. A Polícia Militar não informou quantos PMs receberam o benefício.
PMs infiltrados em manifestações 
Após a manifestação fo dia 22 de julho, nas redes sociais, pessoas que acompanharam o ato, ocorrido em frente ao Palácio Guanabara, em Lanranjeiras, acusaram a PM de ter infiltrado policiais sem farda no protesto para provocar o tumulto. Foram postados vídeos em que, após o tumulto, dois homens correm em direção à barreira da policia. Um deles tira a camisa. Eles parecem se identificar e são autorizados a passar.
Um dia após as denúncias, o relações públicas da PM, coronel Frederico Caldas, reconheceu que policiais do serviço reservado, a paisana, acompanham a manifestação, com o objetivo de identificar agressores e coletar provas, mas disse disse que não é possível afirmar que os homens mostrados nos vídeos sejam polic