Informação policial e Bombeiro Militar

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Suicida ou suicidado



Após ser suspeito de participação na morte de militar, policial reformado é encontrado morto: assassinado ou não?
Diário da Manhã
Jairo Meneses 


Uma história cheia de versões, que poderá ser elucidada somente após as provas científicas. O perito Daniel Veríssimo é quem ficou a cargo de apurar as minúcias do crime que até agora deixa Polícia Militar (PM) e Polícia Civil (PC) de Goiás sem resposta. O sargento reformado da PM Geverson Freitas dos Santos, 45 anos, foi encontrado morto com um tiro de carabina calibre 12, na boca. Suicídio, ou execução? A resposta para a pergunta que não quer calar se dará somente após o Inquérito Criminal ser totalmente concluído.
Geverson, que foi reformado da corporação em 13 de outubro de 2008. A causa para isso, é que ele alegou problemas psíquicos, e a autoridade médica acatou o pedido. Ingresso na PM no dia 1° de setembro de 1986, a carreira militar foi marcada por uma série de problemas: ele se envolveu em situações que fugiam dos padrões exigidos eticamente pela polícia. Crimes como homicídio doloso, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, lesão corporal, dano qualificado, desacato, entre outros estão contidos em sua ficha profissional.
Ele, inclusive é citado no Inquérito Policial que apura a morte do cabo militar Marcelo Capinam – “A lenda” – no dia 14 de março deste ano, como participante. O crime ocorreu no cruzamento ao lado do Detran de Goiânia, em pleno meio-dia, com disparos de uma pistola calibre 380. Curioso é que a pistola dita em depoimento por Geverson ao delegado Murilo Polati como do sargento era uma Glock 380 – e consta no Inquérito Policial sobre a morte de Capinam.
POR UM TRIZ
Ele foi vítima de um atentado quando saía de casa, para comprar leite em pó para seu filho. Contou em depoimento à Delegacia de Investigação de Homicídios que havia dois indivíduos desde mais cedo do fatídico dia 20 de março – uma semana incompleta após a morte do cabo – em frente sua casa, numa motocicleta. Os dois homens efetuaram quatro disparos de arma de fogo contra o policial reformado. Nessa ocasião, Geverson foi socorrido e levado para o Hospital Renaissence, onde passou pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e prestou depoimento ao delegado de homicídios Alexandre Bruno Barros.
Após esse dia os dias de Geverson se tornaram um martírio. Segundo fontes desta reportagem, eram constantes as ameaças de morte. Ele chegou a comentar com outros policiais amigos, que havia alguém – e disse o nome – que o ‘queria calado’. As fontes desta reportagem não chegaram a dizer quem é o responsável pelas ameaças feitas anteriormente ao policial da reserva.
O PEDIDO
Geverson pediu para falar, mas não foi atendido. Ele queria conceder uma entrevista exclusiva à Rede Record Goiás. Ele entrou em contato várias vezes com a produção (veja no box) e até com o apresentador do programa Balanço Geral – de maior audiência no horário – mas não foi atendido. Segundo o apresentador Oloares Ferreira, em entrevista ao DM, “ele (Geverson) ligou para a produção mais de uma vez e deixou recado. Lembro que uma produtora me disse que ele queria falar tudo em uma (entrevista) exclusiva e que só aceitava falar comigo. A proposta da entrevista não me agradou muito e fugiu a ética da Rede Record Goiás”, revelou.
Oloares conta que Geverson após a entrevista se mataria, ou aguardaria para ser morto. “Ele tinha certeza da sua morte – falou para mim. Depois de muito insistir para falar comigo, de alguma forma ele conseguiu meu celular. Como eu estava dirigindo, falamos rápido. Somente foi dito por ele que gostaria de falar tudo sobre a morte de Capinam. Contou que me diria os nomes de pessoas envolvidas e que ele estava sendo pressionado a confessar que havia matado – mas me garantiu inocência”, conta.
O jornalista relata que a decisão de não fazer a entrevista foi tomada justamente pela revelação que Geverson deu ao telefone: “A entrevista seria o motivo para que ele se matasse, ou para que alguém, de alguma forma, o calasse – até o matando.”
SUICIDA OU 
SUICIDADO?
A pergunta foi feita ao Instituto de Criminalística de Goiás: Pode uma pessoa efetuar contra seu maxilar um disparo com uma carabina calibre 12, e ser encontrada em uma posição indicativa de que o tiro foi dado enquanto a vítima estava sentada, ou ajoelhada? Um perito forense de mais de três anos de profissão disse que pode ser possível: “É preciso se conhecer a história, com todos os indícios. Mas nesse caso, o exame balístico é predominante para a elucidação”, disse.
Um perito microbalístico contou que é preciso saber das condições da arma, do tamanho do antebraço da vítima – que poderia ser destra ou não, da condição dos outros cartuchos – se houvessem. Mas como a arma não foi encontrada na cena do crime, restarão muitas dúvidas.


Fonte: DM

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