A Justiça do Espírito Santo escolheu, no final da tarde desta segunda-feira (1), o coronel aposentado Julio Cezar Costa como interventor da Igreja Cristã Maranata. A decisão foi assinada pelo juiz Marcelo Menezes Loureiro, titular da Vara Central de Inquéritos Criminais de Vitória , onde tramita a investigação que apura o desvio de recursos do dízimo doado pelos fiéis. Julio Cezar Costa foi procurado pelo G1e a assessoria informou que ele se manifestará nesta tarde.
Administradores da Igreja Cristã Maranata são investigados pelo Ministério Público do Espírito Santo desde março de 2012, por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, falsidade ideológica e desvio de dinheiro público. Pastores são apontados como agentes intelectuais que estariam interferindo no curso de investigações, ameaçando e intimidando testemunhas e até membros do Ministério Público e do Judiciário.
No último dia 22 de março, a Justiça decidiu promover uma intervenção judicial na Maranata. A escolha inicial, citada em decisão judicial, foi pelo nome do perito Jerry Edwin Ricaldi Rocha, mas ele recusou o convite, alegando problemas de saúde em família. Desde então, uma nova indicação estava sendo aguardada.
O coronel Julio Cezar Costa tem 24 horas para informar se aceita ou não a nomeação. Segundo a decisão do juiz, "competirá ao administrador judicial cuidar única e exclusivamente das questões financeiras, administrativas e fiscais da Igreja Cristã Maranata, vedada interferência na atividade religiosa". O administrador deverá apresentar ao juiz relatório mensal de todos os trabalhos realizados, inclusive com a planilha de toda movimentação bancária, entradas e saídas de ativos financeiros.
Polêmica 
O coronel Julio Cezar Costa se aposentou em setembro de 2011. Em julho de 2010, o oficial se envolveu em uma polêmica ao se revoltar quando soube que um amigo havia sido parado em uma blitz de trânsito.
Na ocasião, o coronel repreendeu um policial militar pela ação em uma ligação para o Ciodes, que foi gravada. Ele usou palavras de baixo calão e ofendeu o policial que estava no telefone. Em março de 2011, o Ministério Público do Espírito Santo pediu o afastamento do coronel, alegando que ele interferiu ilegalmente e arbitrariamente quando ligou para o 190 do Ciodes e xingou a PM, defendendo um amigo que cometeu uma infração de trânsito.
A Justiça acatou a ação do Ministério Público Estadual (MPES) e concedeu uma liminar afastando imediatamente o coronel da Polícia Militar Julio Cezar Costa. Mas em abril de 2012, A Justiça inocentou o coronel e arquivou o processo contra ele, entendendo que o coronel não usou o cargo para ajudar o amigo.