Policiais militares que atuam em regime de escala e que queiram doar sangue em dia de serviço terão de compensar o dia de folga previsto para esses casos. A portaria regulamentando a doação foi publicada na última terça-feira (5).
Quem doa sangue tem direito a um dia de folga, sem desconto no salário, para recuperação do organismo.

Segundo o chefe do Estado Maior, órgão de planejamento da PM, coronel Francisco Niño, a medida não vale para policiais que atuam todos os dias, no setor administrativo ou em regime de seis horas trabalhadas para 18 horas de folga.

“O que estamos fazendo é regulamentando a doação de sangue, para não haver prejuízo para o atendimento à população. Quem trabalha em um sistema de 24 horas por 72 de folga, vai poder optar por antecipar a compensação para o dia anterior ao trabalho ou trabalhar no dia seguinte à doação. O mesmo vale pra quem trabalha no sistema de 12 horas por 36. Esse sistema é muito parecido com o de qualquer trabalhador brasileiro. Não há injustiça e isso foi conversado com os policiais”, afirma Niño.
A portaria prevê ainda um limite diário no número de policiais que podem fazer a doação. Desde terça-feira (8), apenas 5% do efetivo em serviço podem doar sangue. Segundo o coronel da PM, a corporação conta hoje com cerca de 2.800 homens trabalhando por dia. Isso significa que 140 policiais estão aptos  a doar sangue a cada dia.

“Esse número coincide com a capacidade diária do hemocentro. Não vai faltar sangue e também não vai haver prejuízo no atendimento. Sem a regulamentação, existe a possibilidade de muitos policiais decidirem fazer a doação no mesmo dia, prejudicar o atendimento à população e saturar a capacidade do hemocentro”, diz Niño.

G1 procurou o presidente da Associação de Praças Policiais Militares (Aspra), Manoel Sansão, para falar sobre a portaria regulamentando a doação de sangue por parte de PMs, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

À reportagem do DF TV 2, Sansão afirmou que a associação é contra a nova regra. “Fizeram isso tentando dificultar os policiais porque o policial ao doar sangue ele tem que folgar no dia da doação de sangue. É mais que justo.”

Para ler mais notícias do Distrito Federal, clique em g1.globo.com/df. Siga também oG1 DF no Twitter e por RSS.