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O governo brasileiro recebeu relatórios de diferentes órgãos de inteligência que detectaram tentativas do grupo terrorista Estado Islâmico de recrutar jovens brasileiros no país, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo. De acordo com os documentos, o grupo tem procurado potenciais "lobos solitários" brasileiros. Essa classe de insurgente é caracterizada por jovens capazes de arquitetar e executar ataques com facilidade, passando incólumes pela polícia justamente por não constarem de listas internacionais de terroristas. Segundo os relatórios, a situação é de "luz amarela".
A reportagem do jornal afirma que houve reuniões sobre o tema na Casa Civil ao longo da última semana. Representantes da pasta analisam os riscos de recrutadores tentarem driblar a segurança no período que antecede os Jogos Olímpicos de 2016. Os textos dos órgãos de inteligência apontam que, apesar de os maiores riscos envolvendo o evento esportivo recaírem sobre as manifestações e as possíveis greves, a maior preocupação é, mesmo, o terrorismo.
Segundo os relatórios, apesar da aparente tranquilidade do governo em relação à ameaças, o país é alvo significativo. O Estado Islâmico, que tem buscado seus recrutas exclusivamente na Europa, teria a intenção de expandir o campo de procura para a América do Sul. Diante de tal risco, policiais europeus estiveram no país e fevereiro para se reunir com autoridades.
Os documentos detalham que o governo brasileiro estaria seguindo uma estratégia de prevenção direcionada às famílias, e não apenas aos jovens. Com isso, órgãos como a Abin e a Polícia Federal poderiam detectar focos de cooptação e alvos mais suscetíveis. Ainda de acordo com o jornal, as autoridades teriam encontrado mais de dez brasileiros convertidos se utilizando de redes sociais para estimular sírios deslocados pelo conflito a se juntar ao grupo terrorista. A intenção dos jovens, segundo a investigação, não é aderir à luta armada no exterior - mas convencer os sírios dissidentes a voltar.
O agravante, apontam os documentos, é que devido à ausência de uma lei antiterrorismo no país, o poder das autoridades em situações como essa é limitado a um acompanhamento das atividades dos suspeitos.
Fonte: VEJA
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