O ex-vereador de Bauru (SP), Rogério Medina, foi preso por desacato e ofensas racistas a policiais militares na noite desta segunda-feira (6). A situação foi gravada por um policial militar que estava na delegacia (veja as imagens ao lado) .
Segundo os policiais que fizeram a prisão, eles receberam a denúncia de que dois homens estariam usando drogas em um carro, no Parque Santa Cecília. No veículo, foram encontados o ex-vereador e um primo com um cigarro de maconha. Neste momento, ainda segundo a polícia, Rogério Medina começou com as ofensas.
O advogado de Medina, Claudemir Fernandes Sandrin, disse que o descontrole foi uma resposta à forma como os policiais fizeram a abordagem, o que ele considerou como agressiva. O advogado já pediu à Justiça para que o ex-vereador responda ao processo em liberdade.
Os dois homens detidos foram levados à Central de Polícia Judiciária, onde houve confusão. Em imagens cedidas pela polícia, o ex-vereador aparenta descontrole. Ele aparece algemado, como mostram as imagens ao lado.
Roberto Medina: "Pode filmar, seu trouxa, trouxa. Você tem o poder disso hoje, amanhã eu vou ter eu. Vou ter contra você. Não cometi uma vírgula e estou algemado aqui. Seus, seus pilantras, seus marginais. É a palavra correta".
Rogério Medina também usa gestos e imita um macaco. E as agressões só pioram.
Rogério Medina: "Macaco, macaco, macacão"
Policial: "Do que você me chamou?"
Medina: "Moreno"
Policial: "Você está preso. Você está preso por racismo"
Segundo o delegado Kléber Granja, a comunicação do flagrante já foi feita ao poder judiciário, que vai deliberar agora pela manutenção da prisão ou arbitramento da fiança
Confusão na delegacia 
Além do ex-vereador, que assumiu a cadeira da Câmara de 1997 a 2000, os policiais tiveram de controlar os parentes dele, que ocuparam a entrada da delegacia e fizeram tumulto. A filha, Roberta Medina, teria atirado um celular que quebrou uma vidraça. Ela também foi presa por dano ao patrimônio público, mas pagou fiança de R$ 1.448 e foi liberada.
"É uma das ocorrências que a gente nunca tinha visto. Tantas ofensas em tão pouco tempo. Uma pessoa que já foi uma autoridade pública deveria dar o exemplo no comportamento até para servir de base para as outras pessoas. Então, isso nos chocou um pouco", informou o capitão da PM, Fabiano Serpa.