Esta matéria foi publicada por acsmce em 12 de abril de 2013 às 12:26
No último dia 02 de abril, a soldado da Polícia Militar do Ceará Ana Paula Brandão, compareceu à Junta Médica do Estado para mais uma perícia especializada, diante da licença médica concedida pelo motivo de reação aguda ao stresse pelo trabalho. A consulta, que deveria ser composta apenas por médicos psiquiatras contou com a participação do coordenador da Perícia Médica do Ceará, Cel. Francisco Barreto. Utilizando imagens divulgadas na internet, Cel. Barreto pressiona a soldado para que assuma a autoria das postagens. O conteúdo da tortura foi gravado e divulgado nas redes sociais.
As imagens gravadas pela policial mostram o momento exato da coação, quando é pressionada, a portas fechadas, a assumir a autoria das postagens feitas em redes sociais, por um perfil falso denominado “Cavaleiro Templário”. Cel. Barreto tinha em mãos as impressões do material divulgado na internet e perguntava à vítima se ela possui relação com a publicação. Barreto afirma, ainda, que iria contatar o secretário de Planejamento e Gestão do Ceará, Eduardo Diogo, pois o nome do Estado havia sido citado. Em defesa, Ana Paula Brandão afirma que a postagem partiu de um perfil “fake”, desconhecendo a autoria da publicação.
A imagem em questão, conforme reprodução, mostra a fotografia do médico psiquiatra Arão Pliacekos e de Ana Paula Brandão, com texto que questiona a veracidade dos laudos emitidos pelo médico, tornando aptos ao trabalho policiais militares afastados do serviço por falta de condições psíquicas. O material ganhou repercussão na internet após a última perícia realizada por Ana Paula Brandão, com Dr. Arão. Visivelmente inapta ao trabalho policial, Ana Paula teve sua licença médica cancelada, tendo de voltar imediatamente ao ofício. O cancelamento do trabalho trouxe reações físicas à policial. Febre, dores no corpo, além das constantes e fortes dores de cabeça esboçaram a incapacidade de Ana Paula em reassumir a função, sendo novamente afastada através de atestado médico.
Tornar apto um profissional sem condições psíquicas ao exercício da função de policial representa um sério risco à vida do profissional e à segurança pública da população. Casos de ações desastrosas cometidas por PM`s já se tornaram destaque em notícias nacionais. É crescente o número de suicídios cometidos por componentes da corporação. O terror vivenciado pela soldado
tornou-se prática dentro dos quartéis das Polícias Militares brasileiras. Segundo Ana Paula, “Nunca me senti tão humilhada! O maior culpado nesta situação é o sistema militarizado das polícias estaduais adequado aos mandos e desmandos do alto escalão da Segurança Pública”.
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