Segundo testemunhas, bombeiros demoraram; corporação nega. Para fugir do incêndio, Ricardo Areosa e a mulher pularam do 4º andar.
Do G1 Rio
A Polícia Civil informou, na noite desta segunda-feira (4), que vai investigar a possível demora dos bombeiros no socorro ao incêndio que atingiu o apartamento do desembargador Ricardo Areosa, na noite deste domingo (3), no Leblon, na Zona Sul do Rio. Ele e a mulher, Cristiane Teixeira Pinto, morreram após pularem do 4º andar do prédio para fugir do fogo.
A delegada Flávia Monteiro, da 14ª DP (Leblon), afirmou que nenhuma hipótese sobre as causas do incêndio foram descartadas e que aguarda o resultado da perícia para tentar esclarecer o que teria provocado o fogo. Segundo a delegada, as portas do apartamento do desembargador eram reforçadas, mas não blindadas, como havia informado o Corpo de Bombeiros.
De acordo com a polícia, o filho do desembargador prestou depoimento na 14ª DP na noite desta quinta-feira e disse que achava difícil a hipótese de incêndio premeditado porque o pai não tinha inimigos.
Além da possível demora na chegada do socorro, a polícia vai apurar ainda a suposta falta de água nos hidrantes da Rua General Venâncio Flores, no Leblon, onde houve o incêndio. Nesta semana, serão ouvidos familiares, moradores e o porteiro do prédio, além do comandante da equipe do Corpo de Bombeiros responsável pelo socorro.
Troca de acusações
Segundo testemunhas, os bombeiros demoraram a chegar e, depois, enfrentaram dificuldade no combate ao incêndio porque não havia água no hidrante em frente ao prédio.
Segundo testemunhas, os bombeiros demoraram a chegar e, depois, enfrentaram dificuldade no combate ao incêndio porque não havia água no hidrante em frente ao prédio.
O Corpo de Bombeiros informou, por meio de nota, que o atendimento levou apenas seis minutos, a partir do momento em que a solicitação foi feita. Segundo a corporação, os bombeiros foram acionados as 23h24 e chegaram ao local as 23h30, mas tiveram dificuldade para acessar o apartamento pela porta que seria blindada e tinha quatro trancas.
Os bombeiros afirmaram ainda que o hidrante da rua estava inoperante, o que dificultou o trabalho, mas não impediu o combate às chamas, já que foi utilizada água do prédio vizinho.
Por outro lado, a Cedae enviou uma equipe ao local e informou que o hidrante possui água suficiente para apagar o incêndio. A concessionária afirmou ainda que os bombeiros é que não teriam conseguido utilizar o hidrante.
Enterro do casal
Os corpos do desembargador Ricardo Areosa e de sua mulher, Cristiane Teixeira Pinto, foram enterrados as 17h40 desta segunda-feira (4), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
Os corpos do desembargador Ricardo Areosa e de sua mulher, Cristiane Teixeira Pinto, foram enterrados as 17h40 desta segunda-feira (4), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
“Meu pai era um cara leve, brincava com todo mundo. Ele sempre tinha uma piada sem graça para fazer sobre mim. Então, como uma última brincadeira, colocamos a música do 'Poderoso Chefão' no celular dele”, disse Caio, filho do desembargador.
Peritos disseram que o incêndio pode ter começado em uma tomada na sala, como mostrou o Jornal Hoje . Após análise preliminar no edifício Tanger, na manhã desta segunda-feira (4), foi verificado que o plugue estava conectado a aparelhos eletrônicos quando as chamas começaram.
Peritos disseram que o incêndio pode ter começado em uma tomada na sala, como mostrou o Jornal Hoje . Após análise preliminar no edifício Tanger, na manhã desta segunda-feira (4), foi verificado que o plugue estava conectado a aparelhos eletrônicos quando as chamas começaram.
Imagens feitas com um celular e exibidas no RJTV mostram o fogo destruindo o apartamento 401. Para fugir do fogo, o casal pulou do 4º andar. Ao saltar, o desembargador se chocou contra uma mureta de concreto e morreu na hora. A mulher caiu sobre um toldo e sofreu traumatismo craniano. Levada em estado grave ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, ela morreu durante atendimento médico.
CPI JÁ!
ResponderExcluirCPI (COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO)
O deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ) está requerendo uma CPI na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para investigar de onde vêm e para onde vão os recursos destinados ao Corpo de Bombeiros. Segundo ele, o caso do Leblon (onde morreram um desembargador e sua esposa, dia 03/03/13)“demonstra o risco a que são submetidos os próprios bombeiros, que não têm equipamentos”.
“Tenho certeza que os recursos das taxas de incêndio, pagas pela população, estão sendo usadas em diversas finalidades, distantes da destinação correta, que é para o aparelhamento da corporação. Como tem escada Magirus em um quartel e em outro não? Esse equipamento é essencial, levando em consideração o tamanho dos edifícios do Rio de Janeiro. Se no da Gávea não tem, imagina a situação dos quartéis de Realengo, Baixada Fluminense ou Zona Oeste”, ressalta o deputado.
Fonte: JB - transcrito do site do SOS BOMBEIROS.