A Polícia Civil fechou, nesta quarta-feira (13), uma casa que servia como 'quartel general' (QG) para facção criminosa responsável pelos atentados em Criciúma , relacionada à segunda onda de ataques em Santa Catarina. Entre 30 de janeiro e 3 de março foram confirmadas 114 ocorrências em 37 municípios catarinenses.
Conforme a Polícia Civil, o local servia como ponto de encontro para reuniões e esconderijo para drogas e armas. Quando os policiais chegaram na casa, eles foram recebidos a tiros. Durante o tiroteio, uma policial civil foi atingida de raspão no pescoço.
Dentro da residência havia quatro revólveres com munição e um deles tinha numeração raspada. As armas foram encontradas com o autor do disparo contra a policial civil, com o adolescente e outras duas, no forro da casa. No local, também foram encontrados 25 cartuchos de calibre 32, drogas e uma ligação clandestina de energia elétrica.
O casal dono da residência e um homem considerado olheiro foram detidos. Um adolescente também foi apreendido no local. Os maiores de idade foram presos em flagrante por posse de arma e munição, corrupção de menores, tráfico de drogas, furto de energia elétrica e tentativa de homicídio.
Entenda o caso 
A segunda onda de atentados em Santa Catarina começou na noite de 30 de janeiro, no Vale do Itajaí. Até as 9h50 deste domingo (3), a Polícia Militar havia confirmado 114 ataques. Veículos foram incendiados e foram disparados tiros e jogados coquetéis-molotovs contra prédios públicos. As ocorrências foram registradas em 37 municípios: Araquari, Camboriú, Criciúma, Gaspar, Jaraguá do Sul, Laguna, Navegantes, São Francisco do Sul, Tubarão, Indaial, Brusque, Garuva, São Bento do Sul, Porto União, Imbituba, Guaramirim, Balneário Rincão, Água Doce, Lages, Balneário Camboriú, Chapecó, Florianópolis, Itajaí, Joinville, Maracajá, Palhoça, São José, Ilhota, Blumenau, Bom Retiro, São João Batista, Rio do Sul, São Miguel do Oeste, Içara, Campos Novos, Itapoá, Rio Negrinho.
O policiamento foi reforçado em todas as regiões. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a suspeita é que as ordens sejam comandadas por uma facção criminosa e partam de dentro dos presídios. As autoridades investigam a relação dos ataques com denúncias de maus-tratos no Presídio de Joinville e com transferências de detentos no sistema prisional do estado. Em Joinville e Florianópolis, são feitas escalas especiais de escolta para os ônibus do transporte coletivo.
Em novembro de 2012, quando aconteceu a primeira onda de atentados, durante sete dias foram confirmados 58 atentados em 16 municípios catarinenses. Os ataques cessaram depois do anúncio da saída do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.