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segunda-feira, 4 de março de 2013

Governador de PE negocia com o marqueteiro de LULA




Duda negocia com Eduardo
O marqueteiro da campanha vitoriosa de Lula ao Planalto em 2002 se aproxima do governador de Pernambuco de olho na disputa presidencial do ano que vem

Publicação: 03/03/2013 17:11 Atualização: 04/03/2013 10:11
Duda Mendonça, um dos 37 réus do mensalão, foi absolvido pelo plenário do Supremo, no fim do ano passado (Sergio Amaral/CB/D.A Press)
Duda Mendonça, um dos 37 réus do mensalão, foi absolvido pelo plenário do Supremo, no fim do ano passado
Decidido a ser candidato a presidente da República em 2014, mesmo sem nunca ter declarado publicamente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, já começou a negociar com o publicitário baiano Duda Mendonça, responsável pela campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. A informação é confirmada por várias fontes ligadas ao governador e ao PSB. Os dois, inclusive, se encontraram recentemente. Conversam frequentemente sobre política e conjuntura nacional. No fim do ano passado, o marqueteiro baiano se aproximou mais de Pernambuco. Fundiu sua agência com a pernambucana Blackninja, do sociólogo Antônio Lavareda, e herdou parte de uma conta institucional da gestão Eduardo Campos. Foi a senha para colocar os dois pés dentro do Palácio do Campo das Princesas.
Pessoas bastante próximas a Eduardo Campos indicam que as negociações já estão bem avançadas, mas não fechadas. Afirmam que o governador hoje é candidato e, assim sendo, o marqueteiro seria Duda Mendonça. “Os dois já estão conversando sobre o assunto. Eduardo candidato, Duda será o marqueteiro. É o mais provável. Claro que é preciso ressaltar o perfil do governador. Ele nunca trabalha com apenas uma opção. Ele sempre se consulta com um segundo médico”, ressalta uma fonte do PSB. Para Duda Mendonça, Eduardo Campos é o candidato perfeito na tentativa de recuperar a imagem arranhada em decorrência do escândalo do mensalão. O publicitário admitiu, em 2005, ter recebido R$ 10,5 milhões nas Bahamas referentes aos serviços prestados ao PT durante a campanha de Lula em 2002. Réu no processo do mensalão, o marqueteiro foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado.

Duda Mendonça e Eduardo Campos têm uma relação antiga. Em 1998, o baiano foi responsável pela propaganda política do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, avô de Campos, falecido em agosto de 2005. Arraes acabou derrotado pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), hoje aliado de Eduardo, por uma diferença de mais de um milhão de votos. Nessa mesma campanha, o atual sócio de Duda Mendonça, o sociólogo Antônio Lavareda, aclamado pelo ninho tucano, foi o responsável pelos ataques mais duros já sofridos por Miguel Arraes. A campanha evidenciou o chamado escândalo dos precatórios.

Em 2010, quando Eduardo disputou a reeleição em Pernambuco, Duda, que não era o marqueteiro, chegou a fazer um jingle espontaneamente para o governador. O vídeo foi postado no blog do publicitário, no entanto, não chegou a ser utilizado na campanha. O marqueteiro do governador nas duas últimas vitórias em Pernambuco, em 2006 e 2010, foi o publicitário Edson Barbosa, dono da agência Link. Ele tem a maior conta institucional do governo estadual. No entanto, informações de bastidores apontam que a relação de Barbosa com o governador ficou bastante desgastada após a campanha de 2010. Seria mais uma evidência para a entrada de Duda Mendonça numa eventual candidatura em 2014. “Não tenha dúvida de que Eduardo Campos já está pautado por um marqueteiro. O jogo já começou”, afirmou um influente publicitário pernambucano.

Hoje, todos os passos de Campos são medidos pelo argentino Diego Brandy. É o homem responsável pelas pesquisas encomendadas pelo Palácio do Campo das Princesas desde a campanha de 2006. “Eduardo não bebe um copo d'água sem antes perguntar ao argentino o que indicam as pesquisas”, brinca um socialista.

Estratégia
O plano de Eduardo Campos é se posicionar, em 2014, da mesma forma como agiu na campanha para o governo estadual em 2006. Ele vai se apresentar como candidato da base e deixar a tarefa de bater na presidente Dilma Rousseff para o PSDB. Em 2006, a eleição pernambucana foi disputada entre o senador Humberto Costa (PT), Eduardo Campos, e o então governador, Mendonça Filho (DEM). Eduardo correu por fora. Enquanto Mendonça e Humberto trocavam insultos no programa eleitoral, Campos crescia nas pesquisas. Conseguiu chegar ao segundo turno e derrotou o candidato do DEM. “O projeto 2014 está traçado. É claro que existem circunstâncias diferentes. Mas Eduardo, se realmente for candidato, vai deixar que o PSDB faça o papel do PSDB. Ele quer repetir 2006”, avalia uma fonte do Palácio do Campos das Princesas. O Correio tentou entrar em contato com o publicitário Duda Mendonça, mas não obteve sucesso.

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