Rio -  O concurso para o Curso de Formação de Sargentos das Armas reuniu este ano cerca de 9 mil interessados, e vem sendo encarado como mais um sinal de falta de prestígio da carreira militar. O número é 85% menor que a média da seleção após a redemocratização do País (60 mil inscritos) e 92% abaixo do recorde histórico de 110 mil candidatos em um único ano.
Por isso, os 9 mil interessados são vistos internamente como um sinal negativo para a carreira militar, exatamente como o publicado aqui semana passada representado pelo pedido de baixa antecipada da primeira mulher piloto de caça da Força Aérea.
Fontes da Coluna destacam que a drástica redução do número de interessados pela carreira de sargento não se deve apenas ao soldo. Um aluno formado recebe como terceiro sargento R$ 2.268 e tem no horizonte a garantia de receber R$ 2.953,32 em 2015 após integralização do reajuste de 30% anunciado ano passado. Mesmo assim, não é só o soldo que espanta os candidatos, garantem essas fontes.
“São 10 anos para ser promovido a 2º sargento, isso se a regra do jogo não mudar”, escreve outra fonte, lembrando das mudanças de regra recentes, como o fim da promoção a um posto ou graduação acima na passagem para a reserva, o fim das vantagens para servir na fronteira e o fim dos quinquênios, do auxílio moradia e dos anuênios.
CURSO DEMORADO
Outro entrave que vem sendo apontado para afastar candidatos ao curso de sargentos é a mudança na formação. Antes a duração era de um ano. Agora são dois. Outra alteração foi o fim da reserva de vagas no concurso de acesso para militares temporários, como cabos.
SEM TER ONDE MORAR
Outro espanta-candidato é a incerteza sobre onde servir após concluir o curso. Se for em um quartel do Rio, por exemplo, o vencimento não dará para bancaraluguel em área próxima. Na cidade não há vagas em vilas militares para todos os praças.
VITÓRIA
Os 251 militares da Marinha que servem na Fragata Liberal retornam ao Rio amanhã, após missão na Operação de Paz no Líbano. O navio esteve fora desde maio de 2012. Atuou para impedir a entrada de armas não autorizados pelo governo libanês em seu território.

Fonte: O Dia