Informação policial e Bombeiro Militar

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bombeiro dá voz de prisão a médico de UPA após morte de idosa


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Luíza da Penha Cabral Batista tinha 68 anos Foto: Arquivo pessoal
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Um cabo do Corpo de Bombeiros deu voz de prisão a um médico, na noite desta terça-feira, na UPA de Madureira, na Zona Norte do Rio, por desacato e suposta negligência. Os dois se desentenderam durante o atendimento a uma mulher, que acabou morrendo após sofrer um derrame cerebral. De acordo com o enfermeiro do Samu Renato Alves de Lima, o médico sequer tocou na paciente, que deu entrada na unidade em parada cardíaca. O profissional não foi levado para a 29ª DP (Madureira) por estar de plantão, mas a delegada adjunta Ana Carolina Medeiros registrou o caso como homicídio culposo (quando não há intenção de matar) por omissão imprópria.
- Conseguimos reanimar a vítima no local em que ela havia passado mal e viemos fazendo massagem cardíaca. Ao chegar à UPA, ela parou de novo. Além de demorar para atender, o médico apenas olhou e disse que não adiantava fazer nada. Eu perguntei por que ele não faria o protocolo de ressuscitação. Ele respondeu que, se eu quisesse, podia fazer. Apliquei adrenalina na idosa e tentei reanimá-la, mas não consegui - conta o enfermeiro, que, em seguida, questionou a conduta do médico: - Ele me xingou de filho da puta e perguntou se eu queria ferrar ele. Eu disse que queria fazer o meu trabalho e dar uma chance de a mulher poder sobreviver.   

O enfermeiro, que já trabalhou na UPA de Madureira por quase quatro anos, afirmou já conhecer o médico anteriormente.
Socorro começou na rua
A aposentada Luíza da Penha Cabral Batista, de 68 anos, começou a passar mal dentro de um ônibus engarrafado na Rua Carvalho de Souza, entre Cascadura e Madureira. A jornalista Cristiane Pepe, de 30 anos, que estava num ônibus atrás, viu quando a idosa desceu, expelindo secreção pela boca, e saiu para socorrê-la.
- Várias pessoas ligaram para o Samu. O trânsito estava completamente parado, e a ambulância demorou 40 minutos para chegar. Fiquei fazendo massagem cardíaca na senhora até que o cabo Renato desceu da ambulância, ainda no Viaduto Negrão de Lima, e veio correndo me ajudar. Ficamos revezando na massagem cardíaca - conta Cristiane.
Os carros foram dando passagem até que a ambulância conseguiu chegar ao local em que a vítima estava.
- O tempo todo, monitoramos os batimentos cardíacos. Pegamos a contramão na pista do BRT e conseguimos chegar à UPA de Madureira. Eu estava na porta da sala vermelha da UPA e vi quando o médico apenas olhou e saiu - diz Cristiane.
A delegada Ana Carolina Medeiros afirmou que vai ouvir o médico e todos os demais funcionários que estavam de plantão na UPA, além de pedir as imagens das câmeras de segurança.
- O médico será intimidado para prestar depoimento, provavelmente ainda esta semana. O objetivo é apurar as circunstânciar da morte e eventuais responsabilidades - explicou.
Já a família, ainda abalada com o ocorrido, espera que o caso possa ser esclarecido o quanto antes.
- Minha esposa foi a primeira parente a chegar. Quando também cheguei à UPA, o médico me procurou quando fui reconhecer o corpo e me disse que o atendimento teria sido feito de maneira correta. A gente só quer que a justiça seja feita, que o próprio laudo do IML possa auxiliar a explicar isso tudo. É muito triste - disse Gustavo Monteiro, marido de uma neta de Luiza.

Fonte: Extra Rio de Janeiro 

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