Informação policial e Bombeiro Militar

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Projeto Social do 11º BPM da PMPE, é matéria de Destaque do site da SDS-PE, sob o título: Polícia que vai além"! Veja a Matéria.


POLÍCIA QUE VAI ALÉM

30 de Setembro de 2015

Polícia que vai além

Com foco preventivo, projeto social desenvolvido pelo 11º BPM, em 15 bairros do Recife, aponta resultados expressivos na redução de crimes, através da integração polícia - comunidade

 

Em dois meses em execução, o projeto “Amigos do 11º BPM”, implantado em 27 de julho de 2015, já mostra redução significativa nos índices da criminalidade, nas 22 comunidades inseridas nos 15 bairros do Recife onde acontece. “Bastou dar início às atividades na nossa comunidade, que até o envolvimento da juventude com as drogas deu uma diminuída. E eu posso afirmar porque na minha família tinha um caso e hoje, graças ao projeto, ele se afastou das drogas”, contou emocionada a dona de casa Elizama Raimundo, moradora do bairro Vasco da Gama, que participa das aulas de ginástica.

Elizama é uma das 1.100 pessoas alcançadas pelo projeto, que leva aulas de Jiu-Jitsu, dança, música, futsal, ginástica e oferece passeios turísticos aos moradores de bairros situados dentro da Área Integrada de Segurança – AIS 5, onde atua o 11º Batalhão da Polícia Militar.Para ela, as atividades levadas a sua comunidade têm ajudado a muitos jovens saírem da ociosidade, e ainda melhorado a qualidade de vida dos moradores.

As atividades proposta pelo projeto são voltadas para toda a comunidade e atende da criança ao idoso. As atividades são desenvolvidas por policiais militares do Batalhão elevadas para o ceio das comunidades com o apoio das lideranças comunitárias e de todos os atores envolvidos.

De acordo com o comandante do 11º BPM, tenente coronel Ronaldo Ferreira, as ações tiveram boa aceitação nos bairros e seu impacto já reflete na produtividade da unidade. “Após a implantação dos projetos, e fazendo uma comparação com o segundo semestre de 2014, vemos que tivemos neste ano um aumento de 23% no número de recolhimentos feitos pelo nosso efetivo. Aumentamos em 11% o número de apreensões de drogas, em 56% o número de apreensões de armas de fogo, e reduzimos em 12% os homicídios, conforme meta estipulada pelo Pacto pela Vida”, considera o comandante.

Ele ainda explica que o foco das ações é a inclusão social e a aproximação da polícia com a comunidade, o que tem propiciado melhores resultados para a área do Batalhão. “Queremos com essa iniciativa aproximar a Polícia Militar da sociedade, de forma a otimizar a prestação de serviço na Segurança Pública”, explica.

Para Severino Oliveira, conhecido popularmente por “Bibiu”, líder comunitário do Alto 13 de Maio, que fica no bairro de Vasco da Gama, mesma comunidade de dona Elizama, os principais diferenciais dos “Amigos do 11º BPM” é a interação e a diversidade das atividades. “É a primeira vez que vejo uma proposta tão dinâmica entre a polícia e a comunidade. Veio de fato trazer uma maior aproximação e dividir também a responsabilidade com a própria comunidade, preenchendo um vazio e quebrando paradigmas”, confirmou Bibiu. Para ele o sucesso pode ser medido também pela receptividade que teve entre os moradores. “A comunidade abraçou o projeto por ver e sentir seu diferencial de comprometimento com as pessoas”, destaca.

Além das atividades sócio-culturais levadas pelos instrutores, a ação ainda busca a extensão do policiamento ostensivo, melhorando o policiamento comunitário e aumentando a integração entre os policias e os moradores. Ampliando a atuação da Polícia Militar com o policiamento preventivo, além do ostensivo já realizado.

“Sabemos que a prevenção é a melhor alternativa contra a criminalidade. Dessa forma estamos nos adiantando, não somente atuando na repressão, mas prevenindo que os crimes aconteçam nessas comunidades”, justifica o tenente Wellington Araújo, coordenador do Projeto.

Quem confirma o que diz o coordenador é o representante do bairro da Linha do Tiro, José Pereira, presidente da União de Moradores. “A meu ver esse projeto social é grandioso. Nunca tivemos tanta aproximação assim com o 11º BPM como estamos tendo agora. Reconhecemos que o trabalho da polícia não é só no combate, mas também chegando antes, participando junto com a gente. E podemos afirmar sim que o projeto está “bombando” (risos) e tem o total apoio da nossa comunidade”, confirma Pereira.

Como funciona - Para o sucesso das ações é de grande importância não somente a participação da comunidade, mas o apoio e o comprometimento de todos os atores inseridos, pois o formato possui dois vieses. O primeiro a Polícia e o segundo a Comunidade, uma ligada à outra, funcionando conjuntamente.

Uma equipe de seis instrutores, devidamente coordenados, leva as atividades para dentro das comunidades. Lá eles compartilham seus saberes e constroem amizades. A comunidade inteiramente engajada se compromete com a disponibilização dos locais das aulas, na ajuda para aquisição dos materiais utilizados nos treinamentos, como equipamentos esportivos, instrumentos musicais, entre outros, e ainda com a inscrição dos alunos interessados.

As aulas acontecem três vezes na semana, nos turnos da manhã e da tarde, com cerca de 2 horas de duração, cada. “O custo é zero, contando somente com o interesse e o comprometimento de ambas as partes”, explica o tenente coronel PM Ronaldo.

Ao iniciar as atividades, cada instrutor reserva de 10 a 15 minutos para conversar com os participantes sobre temas do cotidiano deles, fazendo uma contextualização com a realidade da comunidade, estimulando o pensamento coletivo, o respeito mútuo e objetivando o crescimento cultural e social de todos os participantes. Durante todo o período das aulas uma viatura permanece no local realizando o policiamento.

“O que temos visto na vida das pessoas que participam é muito gratificante. Não há dinheiro que pague ver a alegria estampada nos rostos das crianças. É o melhor pagamento que poderíamos receber por compartilhar com eles um pouco do que sabemos”, diz o soldado Evaldo Bahia, instrutor de Jiu-Jitsu.

Ao término das atividades, algumas crianças são levadas até suas residências por uma viatura contendo dois policiais que atuam na referida localidade e ainda com o policial instrutor, a fim de estreitar os laços com aquela família.

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Os policiais realizam trabalho voluntário, sem deixar de exercer o policiamento ostensivo, contudo existe uma preocupação que vai além da segurança. Há um forte desejo de ofertar novas perspectivas e sonhos às crianças, jovens, adultos e idosos que participam das atividades. Trabalhar para elevar a autoestima dessa população e ainda fortalecer a confiança e a credibilidade na instituição Polícia Militar, por meio da difusão da filosofia do policiamento comunitário, que se aproxime não só da comunidade, em sentido amplo, mas sim de cada pessoa que a integra. Assim, sendo uma polícia mais integrada com a população com a qual atua.

Também é objetivo do Projeto incentivar que cada participante seja um multiplicador do conhecimento adquirido, vez que a educação se dá além da escola. Ela acontece na família, na comunidade e contribui para a formação cultural e social de cada cidadão.

“O projeto pode não ser ideal, mas trabalhamos com nossa realidade, com muita vontade de acertar e acreditamos que estamos indo no caminho certo”, justifica o tenente coronel Ronaldo.

De acordo com o coordenador do Projeto, tenente Araújo, para que o modelo seja bem sucedido é fundamental considerar os seguintes pilares:

“Na nossa comunidade esse modelo mostrou o lado amoroso da polícia. Houve um espanto inicial, mas a comunidade abraçou. A reciprocidade com os policiais é verdadeira e nosso desejo é de que seja um projeto permanente, pois os policiais chegaram aonde ninguém chegou e chegaram para compartilhar”, ressalta Bibiu, líder comunitário do Alto 13 de Maio – Vaso da Gama.

Mirando mais longe - A meta do comando do 11º BPM é alcançar todas as 45 comunidades situadas nos 31 bairros da AIS 5, responsabilidade territorial do Batalhão. Levando as seis atividades que já existem e ainda implantando outras, como: Projeto Auto Sustentável, objetivando a preservação do meio ambiente com produtos reciclados; Patrulheiro Mirim, que consiste em formar um grupo de pequenos escoteiros; Aulas de reforço escolar, judô, basquete, natação e um minicurso de Instalação e Manutenção de Ar-Condicionado, este com duração de 30 dias, visando ajudar na inserção dos jovens e interessados no mercado de trabalho e/ou a desenvolverem uma atividade profissional em seu local de residência, que lhe traga algum retorno financeiro.

DESCOBRINDO TALENTOS

As atividades esportivas e culturais, além de serem alternativas à ociosidade para muitas crianças e adolescentes dessas comunidades, são ainda uma forma de desenvolver e estimular as aptidões e talentos desses jovens. Gabriel Barbosa, de 12 anos, é um desses talentos. Ele que é da Comunidade do Campo da União, no bairro da Macaxeira, gosta de futebol e já jogava, mas aproveitou as aulas de futsal para aprimorar as técnicas com a bola. “Antes quando não tinha essa aula aqui, nesses dias, eu ficava sem ter muito o que fazer. Agora está melhor e eu tenho mais chance para praticar o futebol”, conta o estudante que está no 7º ano do ensino fundamental. “Para fazer parte do projeto é essencial que o participante esteja matriculado e freqüentando regularmente a escola”, ressalta o instrutor de futsal, o soldado James William.

James adianta que as aulas resultarão em torneiros locais, o primeiro já com data prevista para acontecer. “Será no próximo dia 12 de outubro, Dia das Crianças, na Comunidade que fica localizada na Bomba do Hemetério”, informa.

Além do talento com a bola, Gabriel também é antenado. Ele fica atento às orientações de cidadania, ministradas a cada encontro, sempre antes de iniciar as aulas práticas. “É muito bom ouvir o professor, ele sempre fala coisas boas e diz pra gente ficar longe das drogas. E eu acho isso muito importante, porque deixa a gente mais ligado nas coisas”, revela o pequeno jogador.

O morador Edmilson Lopes, de 39 anos, que sempre acompanha o treino dos pequenos, também considera a importância desse Projeto em sua comunidade. “É muito bom ver esses meninos ocupados, pois aqui tem muita criança e adolescente, e essas atividades vieram preencher o tempo deles e melhorar a vida de cada um, principalmente com as instruções que eles têm recebido antes dos treinos. Creio que isso vá ajudar eles a estarem sempre afastados das drogas”, ressalta o morador.

Projeto Amigos do 11° BPM vem ganhando cada vez mais o reconhecimento e aceitação da sociedade, quanto a sua importância no policiamento preventivo, além do ostensivo realizado por aquela unidade. Além disso, com a disseminação e o fortalecimento dos ideais do policiamento comunitário, que apresenta um modelo de polícia mais próxima da população, ou seja, uma polícia amiga. Exemplo desse reconhecimento foram os convites recebidos pelo comando da unidade para apresentar o projeto. Primeiro na reunião do Pacto pela Vida, que acontece na Secretaria de Planejamento, e discute semanalmente a segurança no Estado, visando melhores práticas de combate e prevenção da violência. E em seguida para a Câmara dos Vereadores do Recife, na quarta-feira (23/09), ocasião em que o projeto foi elogiado por aquele plenário.

 

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